Festival de animação de Annecy começa segunda em tom político
Paris, 10 Jun 2018 (AFP) - Conflito entre Israel e Palestina, o Khmer Vermelho no Camboja, o Talibã no Afeganistão, guerra na ex-Iugoslávia: o Festival de Cinema de Animação de Annecy (leste da França), referência mundial nesta área, começa segunda-feira (11) para sua 42ª edição com o Brasil em destaque
Durante seis dias, mais de 500 filmes serão exibidos às margens do Lago Haute-Savoie, incluindo mais de 200 em seleção oficial.
"Sentimos o peso atual do mundo, da atualidade que se intromete nos filmes, e uma vontade dos diretores de tomar uma posição, ou pelo menos indicar um ponto de vista sobre o estado do mundo em que se vive", explica à AFP Marcel Jean, delegado artístico do festival.
Entre os 10 filmes em competição, vários abordam questões atuais ou históricas, como o documentário canadense de Cam Christiansen "Wall", baseado num roteiro do dramaturgo britânico David Hare, sobre o muro que separa Israel e Palestina.
"Funan", do francês Denis Do, conta a história de uma jovem mulher durante o regime do Khmer Vermelho, enquanto "Parvana, uma infância no Afeganistão", da irlandesa Nora Twomey, trata da vida de uma menina sob o regime Talibã (1996-2001) que se disfarça de menino para sustentar sua família.
Fora de competição, "The Tower", do norueguês Mats Grorud, evoca os 70 anos de conflito israelense-palestino por meio da história de uma menina que vive em um campo de refugiados, e "Chris The Swiss", um documentário já apresentado na Semana da Crítica no Festival de Cannes, segue os passos de um jornalista assassinado durante o conflito na ex-Iugoslávia.
Quanto a "Un homme est mort", do francês Olivier Cossu, adaptação da história em quadrinhos homônima de Kris e Étienne Davodeau, conta a violência que ocorreu em 1950 em Brest (oeste da França) durante uma manifestação de trabalhadores em greve.
O festival será aberto na segunda-feira à noite com a exibição de "Dilili in Paris", o novo filme, ambientado na Paris da Belle Epoque, de Michel Ocelot, de 74 anos, pai de "Kirikou" e papa da animação francesa.
O filme de Ocelot será precedido pela exibição simbólica de "Have a nice day", do chinês Liu Jian, que teve que ser desprogramado em Annecy no ano passado, depois que as autoridades chinesas proibiram o lançamento do filme. Exibido na competição em Berlim em 2017, mostra uma China urbana atormentada pelos excessos do capitalismo e pela obsessão pelo dinheiro.
- Brasil e as mulheres em destaque -O Brasil será homenageado este ano, com um filme em competição, "Tito e os Pássaros", e três programas de curta-metragem abordando questões sociais como o desmatamento.
Em plena onda "#MeToo", as mulheres também estarão em destaque com a organização na segunda-feira do segundo Encontro Internacional de Mulheres na Animação.
A associação Women in Animation, que co-organiza estes Encontros, também receberá o Prêmio do Mercado Internacional de Animação de Annecy (MIFA).
O maior encontro do mundo dedicado a profissionais do setor receberá 70 países, incluindo vários recém-chegados, como Camarões, Bolívia e Suíça.
Como de costume, o festival também dará espaço importante aos grandes estúdios com "Os Incríveis 2".
Durante seis dias, mais de 500 filmes serão exibidos às margens do Lago Haute-Savoie, incluindo mais de 200 em seleção oficial.
"Sentimos o peso atual do mundo, da atualidade que se intromete nos filmes, e uma vontade dos diretores de tomar uma posição, ou pelo menos indicar um ponto de vista sobre o estado do mundo em que se vive", explica à AFP Marcel Jean, delegado artístico do festival.
Entre os 10 filmes em competição, vários abordam questões atuais ou históricas, como o documentário canadense de Cam Christiansen "Wall", baseado num roteiro do dramaturgo britânico David Hare, sobre o muro que separa Israel e Palestina.
"Funan", do francês Denis Do, conta a história de uma jovem mulher durante o regime do Khmer Vermelho, enquanto "Parvana, uma infância no Afeganistão", da irlandesa Nora Twomey, trata da vida de uma menina sob o regime Talibã (1996-2001) que se disfarça de menino para sustentar sua família.
Fora de competição, "The Tower", do norueguês Mats Grorud, evoca os 70 anos de conflito israelense-palestino por meio da história de uma menina que vive em um campo de refugiados, e "Chris The Swiss", um documentário já apresentado na Semana da Crítica no Festival de Cannes, segue os passos de um jornalista assassinado durante o conflito na ex-Iugoslávia.
Quanto a "Un homme est mort", do francês Olivier Cossu, adaptação da história em quadrinhos homônima de Kris e Étienne Davodeau, conta a violência que ocorreu em 1950 em Brest (oeste da França) durante uma manifestação de trabalhadores em greve.
O festival será aberto na segunda-feira à noite com a exibição de "Dilili in Paris", o novo filme, ambientado na Paris da Belle Epoque, de Michel Ocelot, de 74 anos, pai de "Kirikou" e papa da animação francesa.
O filme de Ocelot será precedido pela exibição simbólica de "Have a nice day", do chinês Liu Jian, que teve que ser desprogramado em Annecy no ano passado, depois que as autoridades chinesas proibiram o lançamento do filme. Exibido na competição em Berlim em 2017, mostra uma China urbana atormentada pelos excessos do capitalismo e pela obsessão pelo dinheiro.
- Brasil e as mulheres em destaque -O Brasil será homenageado este ano, com um filme em competição, "Tito e os Pássaros", e três programas de curta-metragem abordando questões sociais como o desmatamento.
Em plena onda "#MeToo", as mulheres também estarão em destaque com a organização na segunda-feira do segundo Encontro Internacional de Mulheres na Animação.
A associação Women in Animation, que co-organiza estes Encontros, também receberá o Prêmio do Mercado Internacional de Animação de Annecy (MIFA).
O maior encontro do mundo dedicado a profissionais do setor receberá 70 países, incluindo vários recém-chegados, como Camarões, Bolívia e Suíça.
Como de costume, o festival também dará espaço importante aos grandes estúdios com "Os Incríveis 2".
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