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ABC cancela série 'Roseanne' após tuíte racista da protagonista

29/05/2018 16h32

Los Angeles, 29 Mai 2018 (AFP) - A emissora americana ABC cancelou sua bem-sucedida comédia "Roseanne" depois que sua protagonista publicou no Twitter uma piada amplamente criticada e tachada de racista.

O presidente da emissora, Channing Dungey, disse em um comunicado que o comentário da atriz Roseanne Barr era "abominável, repugnante e inconsistente com nossos valores". "Decidimos cancelar o seu programa", indicou.

Barr - simpatizante do presidente republicano Donald Trump - se desculpou mais cedo pelo comentário feito sobre a ex-assessora do ex-presidente Barack Obama, Valerie Jarrett, assegurando que foi uma "piada ruim".

Ela havia escrito: "A irmandade muçulmana e o planeta dos macacos tiveram um bebê = vj".

A atriz apagou o tuíte após uma avalanche de críticas na rede social.

"Me desculpo com Valerie Jarret e com todos os americanos", declarou. "Sinto muito ter feito essa piada sobre a sua visão política e sua aparência. Deveria ser mais consciente. Me desculpem, minha piada foi de mau gosto".

"Ofereço minhas desculpas. Agora deixo o Twitter", acrescentou.

Mas isso não foi suficiente para a ABC. A comédia agora cancelada voltou este ano à televisão, quase 20 anos depois, com grandes índices de audiência.

"Somente uma coisa podia ser feita aqui e era fazer o certo", tuitou Bob Iger, presidente da Disney, proprietária da ABC, que reproduziu o comunicado de Dungey.

Na nova etapa de "Roseanne" - após o sucesso entre 1988 e 1997-, Barr representa uma partidária de Donald Trump.

A série é uma rara representação da vida da classe operária na televisão americana, e também de simpatizantes de Trump, que foram amplamente ignorados por Hollywood.

Barr expressou publicamente o seu apoio a Trump nas telas e fora delas, e muitas vezes pelo Twitter.

A série havia sido renovada para uma segunda temporada.

A comediante Wanda Sykes, que era produtora-consultora da série e é negra, anunciou nesta terça que não voltaria ao programa.

Foram lançadas campanhas nas redes sociais para pressionar os anunciantes a retirar o seu apoio ao programa, agora fora do ar.