Farrell e McNamara, uma bienal em Veneza a favor da arquitetura criativa e livre
Veneza, 26 Mai 2018 (AFP) - Curadoras da Bienal de Arquitetura de Veneza, as arquitetas irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara confessam, em entrevista à AFP, estarem satisfeitas com a edição inaugurada neste sábado (26): um manifesto a favor da livre criatividade.
Percorrendo os imponentes espaços da Bienal, que neste ano é inspirada no tema "Freespace", ou "espaço livre", as arquitetas, vencedoras do prêmio World Building of the Year em 2008 pelo prédio da Universidade Bocconi em Milão, surpreendem-se como o tema do evento se desdobrou em um sem-fim de ideias, transformando Veneza em uma janela para entender o mundo.
"Há interconexões que não imaginávamos que existissem, e estamos desfrutando muito do que estamos vendo. Assim, nos sentimos como um camponês feliz que teve uma boa colheita", afirma McNamara.
Sessenta e cinco países participam do concurso - que se propõe a valorizar os espaços coletivos, a generosidade de espírito e a arquitetura social -, e 100 estúdios de arquitetura foram convidados.
"Acho que nosso manifesto tem muitos significados: o espaço livre da imaginação, o espaço livre do tempo e da história, o espaço livre das oportunidades, todas essas coisas. O arquiteto lida com muitos componentes do espaço livre", explica.
Farrell, que iniciou nos anos 1970 sua trajetória como docente com McNamara, reconhece que espera que o conceito de "Freespace" se torne um componente cultural do projeto todo.
"O que esperamos é que as pessoas que não são arquitetos, vendo por exemplo o jardim de infância de Tóquio, escutem as crianças brincando, entendam que as maquetes não são objetos mortos, mas realidades em miniatura. E também que os arquitetos que inventam essas realidades em miniatura consigam torná-las reais", destaca.
Para ela, todo projeto deve ser "belo e deve ter conexão com as pessoas, gerar uma experiência física, emocional e sensorial, de modo que a arquitetura não seja apenas visual, mas também emocional".
Esse é um aspecto que as curadoras alcançaram em Veneza por meio dos projetos convidados e com propostas de pavilhões nacionais, como o Vertigem Horizontal apresentado pela Argentina - uma caixa mágica de vidro que leva o visitante aos vastos pampas argentinos -, ou pelas surpreendentes paredes de bolhas do italiano Ricardo Blumer.
"Também dou esse valor à arquitetura de casas, a todo tipo de projeto", insistiu, lembrando de outro tema que quis impulsionar: a generosidade.
"É fundamental. Temos que ser generosos quando se trata de arquitetura para o público, para a sociedade, para as gerações futuras, para desfrutar livremente", afirmou Farrell.
As arquitetas apontam ainda que um dos projetos mais interessantes foi a sede da Universidade de Engenharia e Tecnologia (UTEC) de Lima, no Peru.
"Uma estrutura aberta, libertadora", resumiram.
Percorrendo os imponentes espaços da Bienal, que neste ano é inspirada no tema "Freespace", ou "espaço livre", as arquitetas, vencedoras do prêmio World Building of the Year em 2008 pelo prédio da Universidade Bocconi em Milão, surpreendem-se como o tema do evento se desdobrou em um sem-fim de ideias, transformando Veneza em uma janela para entender o mundo.
"Há interconexões que não imaginávamos que existissem, e estamos desfrutando muito do que estamos vendo. Assim, nos sentimos como um camponês feliz que teve uma boa colheita", afirma McNamara.
Sessenta e cinco países participam do concurso - que se propõe a valorizar os espaços coletivos, a generosidade de espírito e a arquitetura social -, e 100 estúdios de arquitetura foram convidados.
"Acho que nosso manifesto tem muitos significados: o espaço livre da imaginação, o espaço livre do tempo e da história, o espaço livre das oportunidades, todas essas coisas. O arquiteto lida com muitos componentes do espaço livre", explica.
Farrell, que iniciou nos anos 1970 sua trajetória como docente com McNamara, reconhece que espera que o conceito de "Freespace" se torne um componente cultural do projeto todo.
"O que esperamos é que as pessoas que não são arquitetos, vendo por exemplo o jardim de infância de Tóquio, escutem as crianças brincando, entendam que as maquetes não são objetos mortos, mas realidades em miniatura. E também que os arquitetos que inventam essas realidades em miniatura consigam torná-las reais", destaca.
Para ela, todo projeto deve ser "belo e deve ter conexão com as pessoas, gerar uma experiência física, emocional e sensorial, de modo que a arquitetura não seja apenas visual, mas também emocional".
Esse é um aspecto que as curadoras alcançaram em Veneza por meio dos projetos convidados e com propostas de pavilhões nacionais, como o Vertigem Horizontal apresentado pela Argentina - uma caixa mágica de vidro que leva o visitante aos vastos pampas argentinos -, ou pelas surpreendentes paredes de bolhas do italiano Ricardo Blumer.
"Também dou esse valor à arquitetura de casas, a todo tipo de projeto", insistiu, lembrando de outro tema que quis impulsionar: a generosidade.
"É fundamental. Temos que ser generosos quando se trata de arquitetura para o público, para a sociedade, para as gerações futuras, para desfrutar livremente", afirmou Farrell.
As arquitetas apontam ainda que um dos projetos mais interessantes foi a sede da Universidade de Engenharia e Tecnologia (UTEC) de Lima, no Peru.
"Uma estrutura aberta, libertadora", resumiram.
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