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Cannes tem protesto no tapete vermelho contra o "genocídio indígena" no Brasil

Produtor brasileiro Ricardo Alves Jr., coordenadora de produção Isabella Nader, diretora Renee Nader Messora, diretor português Joao Salaviza e um convidado protestam contra o genocídio indígena em Cannes - AFP PHOTO / LOIC VENANCE
Produtor brasileiro Ricardo Alves Jr., coordenadora de produção Isabella Nader, diretora Renee Nader Messora, diretor português Joao Salaviza e um convidado protestam contra o genocídio indígena em Cannes Imagem: AFP PHOTO / LOIC VENANCE

Da AFP, em Cannes

17/05/2018 06h02

A equipe do filme "Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos" denunciou no tapete vermelho de Cannes o "genocídio indígena" no Brasil, com cartazes em vários idiomas.

A produção da brasileira Renée Nader Messora e do português João Salaviza, exibida na mostra Um Certo Olhar, foi filmada na comunidade Krahô, no estado de Tocantins, durante nove meses.

Cannes - REUTERS/Jean-Paul Pelissier - REUTERS/Jean-Paul Pelissier
Diretores João Salaviza e Renee Nader Messora posam com integrantes do elenco de "Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos", Henrique Ihjac Kraho e Raene Koto Kraho.
Imagem: REUTERS/Jean-Paul Pelissier

Os dois cineastas, assim como os protagonistas do filme, Ihjãc Krahô e Koto Krahô, e os produtores compareceram à exibição com roupas pretas e cartazes de protesto.

"Pelo fim do genocídio indígena" e "Demarcação já", afirmavam os cartazes em português, inglês e francês.

O protesto responde à mobilização de líderes indígenas no Brasil, que acusam o governo do presidente Michel Temer de negar-se a demarcar as terras indígenas e favorecer os empresários rurais.

Em uma entrevista à AFP, Renée Nader Messora e João Salaviza criticaram o "perigoso discurso" político atual que "nega" aos índios sua condição, simplesmente porque adotam costumes ocidentais, como usar roupas ou ter um celular.

"Ser indígena é um modo de ser e não de aparentar", declarou Salaviza.