Chino Darín, em Cannes com filme 'sensual' sobre assassino em série
Cannes, França, 12 Mai 2018 (AFP) -
O caso emocionou a Argentina dos anos 70. E agora chega a Cannes nas mãos de Chino Darín e Lorenzo Ferro, protagonistas de "El Ángel", sobre a vida de Carlos Robledo Puch, o assassino mais famoso do país.
O estreante Lorenzo Ferro, de 18 anos, encarna o célebre criminoso de rosto angelical, atualmente preso, e Chino Darín, de 29 anos, seu cúmplice.
Sob a direção de Luis Ortega, dão vida a dois jovens que estabelecem uma profunda amizade que os leva a perpetrar uma série de roubos e assassinatos.
Pergunta: Como vocês se prepararam para encarnar Carlos e Roberto?
Resposta: (DARÍN) Houve um trabalho de pesquisa, do qual depois nos desligamos completamente porque havia um trabalho criativo de Luis (Ortega) para contar uma história própria e fazer um filme que valha por si mesmo, para além do caso de Robledo Puch.
(FERRO) Comecei lendo o livro (de Rodolfo Palacios, no qual o filme foi inspirado), mas nos demos conta de que não ia para o lado do livro, e sim pelo do roteiro. A partir da base do roteiro, começamos a jogar com a magia e a voar com a mente de Luis e do coach Alejandro Catalá.
(DARÍN) O Carlos Roberto Puch do cinema não deixa de ser uma criação de algo que foi surgindo nos ensaios, investigando detalhes que se descolavam da história real. Luis resgata esta história real para falar de outras coisas interessantes da vida, além do mundo do crime, como a perda da inocência, a prova dos limites, a existência de Deus...
P: Como um ator estreante encara um personagem tão complexo como Carlitos, um assassino em série apresentado como uma pessoa cheia de ingenuidade?
R: (FERRO) Não sei se sou ator (risos). Sim, é muito complexo enquanto personagem. Isso foi o mais difícil: fazer dele uma pessoa mais simples e que aos poucos vai saltando essa complexidade.
P: O tema da homossexualidade é abordado de uma maneira muito sutil.
R: (DARÍN) O tema que o filme trata, além da homossexualidade, tem um componente sexual importante, também sensual, com essa ingenuidade e a inocência do personagem. São duas pessoas que se reconhecem, se encontram, estão buscando algo e decidem fazer parte desse caminho juntos. Há magnetismo.
P: Como pensam que o filme será recebido na Argentina?
R: (DARÍN) Penso que tudo bem se as pessoas forem ver acreditando que verão um 'biopic' de Robledo Puch e encontrem uma orquestra de Luis Ortega. Sem dúvidas, é uma história atrativa para o público.
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