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Presidente da Netflix admite erros e "situação delicada" com Cannes

CEO da Netflix, Reed Hastings discutiu gastos, competição e cláusula da diversidade em evento para a imprensa em Los Angeles - Divulgação/Netflix
CEO da Netflix, Reed Hastings discutiu gastos, competição e cláusula da diversidade em evento para a imprensa em Los Angeles Imagem: Divulgação/Netflix

De Lille (França)

03/05/2018 15h33

O presidente da Netflix, Reed Hastings, admitiu nesta quinta (3) que a plataforma às vezes comete erros e que com o Festival de Cannes, onde nenhum de seus filmes foi selecionado este ano por falta de acordo, se encontra em uma "situação delicada".

Diferentemente da edição 2017, o Festival de Cannes deste ano (que será realizado de 8 a 19 de maio) decidiu que, para os filmes selecionados, fosse respeitado um prazo de três anos entre a estreia da produção nas salas e a distribuição a seus assinantes. A Netflix decidiu, então, boicotar o prestigiado evento do cinema.

A companhia, que contabiliza 125 milhões de assinantes no mundo, disse que estaria disposta a autorizar a estreia de seus filmes nas salas francesas, mas que não garantia o prazo de 36 meses.

"Nos veem como agitadores, e às vezes cometemos erros", reconheceu Reed Hastings, cofundador e presidente da Netflix, durante um debate no festival "Series Mania" em Lille, no norte da França. "Acho que com o Festival de Cannes chegamos a uma situação mais delicada do que queríamos."

"Adoramos o Festival de Cannes, vamos há muitos anos, este ano temos ainda alguns compradores. O festival quer encontrar realmente um modelo que funcione para eles e para nós, e isso acabará ocorrendo", acrescentou.

Hastings assegurou que a Netflix não tenta "sacudir o sistema do cinema". Mas "como nossos assinantes financiam nossos filmes, queremos que tenham acesso a eles rapidamente, e não três anos depois".

"Tratamos nossos filmes como nossas séries, as produzimos diretamente para nossos assinantes e eles não estreiam nos cinemas", acrescentou.

Para o CEO da Netflix, as plataformas não competem com as salas de cinema: "É como cozinhar em casa, o que não impede de ir às vezes ao restaurante".

No entanto, ele admite que "a regulação é crucial". "Temos que encontrar como trabalhar nas regras do sistema. É nossa responsabilidade."