Trump evita novamente o jantar dos correspondentes da Casa Branca
Washington, 29 Abr 2018 (AFP) -
Donald Trump preferiu se encontrar no sábado com seus eleitores na cidade de Washington... em Michigan, ao invés de enfrentar a imprensa, que ele não para de criticar, reunida em Washington DC para o famoso jantar dos correspondentes da Casa Branca.
Em um desafio aos meios de comunicação, que ele considera injustos, o presidente dos Estados Unidos escolheu este município nos arredores de Detroit para realizar um ato e campanha e enaltecer o que considera as grandes conquistas econômicas de seu governo.
"A propósito, isto não é melhor que o jantar falso dos correspondentes da Casa Branca em Washington?", questionou Trump à multidão.
"Eu poderia estar lá esta noite sorrindo, como se eu adorasse quando eles te acertam, tiro após tiro", ironizou.
"Se você não sorrir, eles dizem que estava terrível. Ele não conseguiu suportar. Se você sorrir, eles questionam sobre o que você estava sorrindo".
Trump, que ataca frequentemente a imprensa como "desonesta" e chama de "fake news" (notícias falsas) qualquer informação que considera negativa, evitou pelo segundo ano consecutivo o jantar anual dos jornalistas credenciados na Casa Branca.
No evento, tradicionalmente um comediante e o presidente do momento fazem piadas diante da imprensa e de algumas estrelas de Hollywood.
O ato político foi o quinto de Trump na região de Detroit desde o lançamento de sua campanha presidencial em 2015.
"Durante muito tempo a lealdade dos trabalhadores de Michigan foi paga com pura e simples traição. Durante décadas receberam um golpe devastador depois do outro. Acordos comerciais desastrosos que estou corrigindo", disse.
"Os carros estão voltando a Michigan. As fábricas estão voltando e estão crescendo", completou.
Trump tentou estabelecer uma concorrência com o jantar dos correspondentes. Os dois eventos foram transmitidos ao vivo.
- "Hostil" -"A ausência de Trump é parte de um contexto mais amplo", afirmou o historiador Julian Zelizer no site The Atlantic.
"Não apenas o presidente tem sido extremamente hostil à imprensa, questionando sua legitimidade e a difamando como inimigos do Estado, mas também cortando acesso a quase todo mundo fora da órbita da Fox News-Breitbart", escreveu Zelizer, em referência a meios ultraconservadores que apresentam uma cobertura favorável a Trump.
O sinal mais claro foi a sua decisão de ter concedido apenas uma entrevista coletiva desde que assumiu o poder.
A atriz Michelle Wolf foi a responsável por apresentar o jantar dos correspondentes. Entre as pessoas que compareceram ao evento estavam a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, e a atriz pornô Stormy Daniel, que afirma ter mantido uma relação sexual com Trump.
Wolff deu o tom logo de entrada: "Como diz uma estrela pornô quando está prestes a fazer sexo com Trump, vamos terminar logo com isto".
Ela foi especialmente dura com as mulheres no entorno de Trump: Wolf comparou a filha do presidente Ivanka a um balde de fraldas - brilhante por fora e repleto de fezes - e disse que a conselheira Kellyanne Conway tem "o sobrenome perfeito" porque "tudo o que ela faz é mentir".
A descrição de Wolf a respeito da porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, foi tão desagradável que o público presente reagiu com resmungos.
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