Fim do "teste do sofá"? Sindicato de atores de Hollywood veta audições em hotéis
Após as múltiplas denúncias sexuais em Hollywood, o maior sindicato de atores da indústria do entretenimento, o SAG-AFTRA, exigiu o fim das audições em quartos de hotel. A entidade publicou nesta quinta (12) as primeiras diretrizes de um Código de Conduta sobre Assédio Sexual.
"O SAG-AFTRA se opõe que audições, entrevistas e reuniões profissionais similares sejam realizadas em quartos de hotel, ou residências privadas", indicou texto publicado no site do sindicato.
"Exortamos que produtores e outros responsáveis na tomada de decisões, com influência e controle da carreira profissional de outros, PAREM de ter essas reuniões profissionais nesses locais de alto risco e busquem alternativas de locais mais apropriados."
O sindicato também estimulou igualmente os agentes que tampouco marquem esse tipo de reunião para seus clientes, e recomendou a seus membros que, caso seja inevitável mudar o local, compareçam acompanhados de uma pessoa de confiança.
O código de conduta sai meses depois do enorme escândalo sexual em Hollywood, que explodiu com as acusações contra o produtor Harvey Weinstein.
Weinstein, que foi um poderoso e influente produtor de Hollywood, é assinalado por ter assediado e abusado sexualmente de centenas de atrizes jovens, modelos e funcionárias desde os anos 1990.
E em cada história havia elementos repetidos: convidava as mulheres para seu quarto de hotel com o motivo de falar de trabalho e tirava a roupa, oferecia massagens, ou pedia que elas o vissem se masturbar, tudo com promessas de fama, ou ameaças de arruinar suas carreiras.
Mira Sorvino, Rosana Arquette, Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie, Cara Delevingne, Léa Seydoux, estão entre os nomes que denunciaram o ex-magnata, hoje investigado pela polícia.
Essas primeiras acusações foram seguidas por uma onda de outras de abusos sexuais que envolveram figurões da indústria do entretenimento, que também agiram em quartos de hotel.
"Estamos comprometidos a enfrentar o cenário que permitiu que predadores explorassem a portas fechadas vários intérpretes sob a aparência de uma reunião profissional", declarou Gabrielle Carteris, presidente do SAG-AFTRA, que representa 160 mil atores e outros profissionais do entretenimento e da mídia.
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