Franciscanos, guardiães do túmulo de Jesus, são uma atração em Jerusalém
Jerusalém, 3 Abr 2018 (AFP) - Usando seu tradicional hábito castanho e o cordão branco de três nós na cintura - símbolos dos votos de "pobreza, castidade e obediência" -, os franciscanos são, há 800 anos, parte da paisagem de Jerusalém.
Enviados em 1217 pelo fundador dessa ordem, São Francisco de Assis, os franciscanos são os únicos a garantir, durante séculos, uma presença cristã permanente na Terra Santa.
Os peregrinos os conhecem, sobretudo, como os guardiães - com outras cinco igrejas - do Santo Sepulcro, em nome da Igreja católica.
Considerado o local mais santo da cristandade, essa basílica foi construída onde Jesus foi crucificado e enterrado, segundo a tradição. A cada ano, centenas de milhares de pessoas visitam o templo. Entre outros locais sob a responsabilidade dos franciscanos, está a igreja da Natividade, em Belém.
A ação dos franciscanos não se limita, porém, a essas funções altamente simbólicas na Terra Santa. Instalados no convento São Salvador na Cidade Antiga de Jerusalém, os franciscanos dirigem escolas. Dos seus cerca de dez mil alunos, pelo menos metade é muçulmana.
O jovem Paulo, um seminarista brasileiro, dá aulas na instituição, assim como treina basquete com estudantes palestinos na escola Terra Santa, apoiada pelo convento São Salvador. Os irmãos também administram centenas de apartamentos na Cidade Antiga, abrigos para peregrinos e uma série de obras de caridade em uma comunidade cristã que não para de se enfraquecer.
De uma população de cerca de 40.000 habitantes, a Cidade Antiga conta apenas com seis mil cristãos, dos quais pelo menos três mil são católicos - ou seja, um número três vezes menor do que há 70 anos.
No entardecer da vida, ou abatidos por doenças, os monges mais antigos recebem os cuidados em uma enfermaria mantida pelo convento São Salvador.
O irmão Mario Tangorra, de 94 anos, não imagina terminar seus dias em outro lugar.
"Quando a ansiedade me toma, basta contemplar a torre do Santo Sepulcro para encontrar um sentimento de paz", disse ele à "Figaro Magazine".
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