Pedido de busca e apreensão na sede da empresa Cambridge Analytica em Londres
Londres, 20 Mar 2018 (AFP) - A presidente da Comissão de Informação britânica pediu nesta terça-feira uma ordem judicial para realizar uma operação de busca e apreensão na Cambridge Analytica (CA), empresa acusada de obter ilegalmente dados pessoais no Facebook para manipular campanhas e desprestigiar candidatos.
A comissária Elizabeth Denham também pediu que o Facebook interrompa imediatamente uma auditoria da Cambridge Analytica - que trabalhou para a campanha eleitoral do presidente americano Donald Trump - para não atrapalhar o trabalho das autoridades.
"Buscamos uma ordem judicial para que, como órgão regulador, possamos entrar e inspecionar os servidores, fazer uma auditoria de dados, e o fato de o Facebook estar lá nos preocupava", disse Denham à BBC.
Segundo uma investigação realizada pelos jornais The New York Times e The Observer (edição dominical do jornal britânico The Guardian), a Cambridge Analytica teria recuperado dados de milhões de usuários de Facebook, sem seu consentimento, com os quais teria criado um programa destinado a prever e influenciar o voto dos eleitores.
O interesse nas atividades da empresa foi redobrado após a exibição no domingo de uma reportagem da Channel 4 em que os diretores ofereciam a um jornalista que se fez passar por cliente potencial desacreditar seus rivais políticos relacionando-os a prostitutas e a subornos, por exemplo.
Os diretores explicaram ainda algumas técnicas para manipular a opinião pública, como lançar calúnias contra candidatos: "coisas que não têm necessariamente que ser verdade, mas nas quais se acredita", disse o presidente da companhia, Alexander Nix, o jornalista disfarçado do Channel 4.
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