Cai a última torre funerária pré-Inca que resistia em La Paz
La Paz, 7 Mar 2018 (AFP) - Uma torre funerária pré-Inca de cerca de 800 anos, a última "chullpa" que restava de pé em La Paz, caiu por causa da erosão e da falta de conservação estatal, revelou uma arqueóloga nesta quarta-feira (7).
O monumento funerário que não abriga restos "tinha 800 anos (e era) do reino Pacajes. Fazia parte de um conjunto funerário que constava de outras três 'chullpas'", revelou Karina Aranda, da Sociedade de Arqueologia de La Paz.
Segundo a arqueóloga, seu valor era incalculável e sua conservação teria permitido identificar os modos de vida anteriores à civilização Inca.
Outros dois "chullpares" similares, que continham restos, cerâmicas e peças líticas, foram destruídos em 2008 pelo proprietário do lote privado onde estavam localizados. As torres foram derrubadas para habilitar o terreno para a construção de moradias.
O último que restava de pé na cidade caiu no fim de semana passado, e durante anos foi usado como curral de animais, relatou a pesquisadora, entrevistada pela rádio privada Erbol.
Aranda acrescentou que investigações prévias estabeleceram no local rastros de "assentamentos humanos de cerca de 3.000 anos".
O reino Pacajes pode ter sido construído sobre rastros da cultura tiwanakota que se estendeu desde o Lago Titicaca.
As torres funerárias, quadradas ou redondas, se encontram em todo o planalto de Bolívia e Peru, e foram construídas como a última morada de pessoas abastadas e respeitáveis.
Autoridades locais estabeleceram que ao longo do planalto boliviano existem cerca de 100 "chullperíos" ou grupos de "chullpas" que funcionavam como mausoléus.
Sob o fraco controle estatal, os centros funerários sofreram os efeitos do tempo, da erosão, do clima e de saqueadores.
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