Desfiles do Carnaval do Rio para deficientes auditivos
Rio de Janeiro, 13 Fev 2018 (AFP) - Aulio Nobrega não escuta nada quando centenas de músicos começam a batucar no Sambódromo do Rio de Janeiro, ou quando os milhares de foliões cantam, nem quando o público grita. Mas ele pode sentir - literalmente - sua vibração.
O brasileiro de 40 anos trabalha para a TV INES, canal destinado a deficientes auditivos, onde jornalistas reportam em Libras, a língua brasileira de sinais.
"As vibrações são reais, consigo senti-las", explica Nobrega, que cobriu os barulhentos desfiles desta segunda-feira.
Antes de cada desfile, a tradicional queima de fogos de artifício anuncia a entrada das escolas. Em seguida, arranca a bateria, cujo volume é ampliado nos alto-falantes. Somam-se à algazarra as vozes de mais de 3 mil pessoas cantando o samba-enredo a plenos pulmões e os 70 mil presentes nas arquibancadas.
A cena transcorre em silêncio para Nobrega, mas deve ser descrita para seus telespectadores - e é aqui que entram as vibrações.
Nobrega explica que não sente falta de ouvir a música, pois pode senti-la em todo seu corpo.
"Não escuto nada da música, realmente nada, mas sinto as vibrações. É como se fosse uma força que sinto na minha pele", disse à AFP em Libras, traduzido por uma das intérpretes da TV INES.
"É uma experiência muito boa, realmente emocionante", garante.
- Redução das margens -O Brasil tem um longo caminho para garantir a inclusão adequada aos deficientes auditivos, garante Daniela Abreu, intérprete da TV INES, que pode ouvir, mas aprendeu Libras com seus pais, que são surdos.
Instituições públicas, como a Polícia, não contam com intérpretes. "É preciso levar o seu", disse Abreu.
"Essas pessoas são relegadas à margem da sociedade", acredita ela.
A TV INES entrou no ar há cinco anos, tentando atender a este público marginalizado.
Seus vídeos costumam ser vistos por entre 10 mil e 13 mil pessoas, com uma audiência crescente entre os 10 milhões de deficientes auditivos no Brasil.
Neste ano, eles fizeram pela primeira vez a cobertura do famoso desfile do Sambódromo.
"É importante para a sociedade entender que existe essa diversidade", disse Nobrega.
Enquanto ele falava com a AFP, a escola de samba Unidos da Tijuca se preparava para entrar na Avenida Marquês de Sapucaí. Logo vieram os fogos, seguidos pelos tambores.
Para qualquer um que não saiba usar a linguagem de sinais, tentar falar é inútil.
Essa é hora de Nobrega e sua equipe começarem sentir as vibrações do desfile.
O brasileiro de 40 anos trabalha para a TV INES, canal destinado a deficientes auditivos, onde jornalistas reportam em Libras, a língua brasileira de sinais.
"As vibrações são reais, consigo senti-las", explica Nobrega, que cobriu os barulhentos desfiles desta segunda-feira.
Antes de cada desfile, a tradicional queima de fogos de artifício anuncia a entrada das escolas. Em seguida, arranca a bateria, cujo volume é ampliado nos alto-falantes. Somam-se à algazarra as vozes de mais de 3 mil pessoas cantando o samba-enredo a plenos pulmões e os 70 mil presentes nas arquibancadas.
A cena transcorre em silêncio para Nobrega, mas deve ser descrita para seus telespectadores - e é aqui que entram as vibrações.
Nobrega explica que não sente falta de ouvir a música, pois pode senti-la em todo seu corpo.
"Não escuto nada da música, realmente nada, mas sinto as vibrações. É como se fosse uma força que sinto na minha pele", disse à AFP em Libras, traduzido por uma das intérpretes da TV INES.
"É uma experiência muito boa, realmente emocionante", garante.
- Redução das margens -O Brasil tem um longo caminho para garantir a inclusão adequada aos deficientes auditivos, garante Daniela Abreu, intérprete da TV INES, que pode ouvir, mas aprendeu Libras com seus pais, que são surdos.
Instituições públicas, como a Polícia, não contam com intérpretes. "É preciso levar o seu", disse Abreu.
"Essas pessoas são relegadas à margem da sociedade", acredita ela.
A TV INES entrou no ar há cinco anos, tentando atender a este público marginalizado.
Seus vídeos costumam ser vistos por entre 10 mil e 13 mil pessoas, com uma audiência crescente entre os 10 milhões de deficientes auditivos no Brasil.
Neste ano, eles fizeram pela primeira vez a cobertura do famoso desfile do Sambódromo.
"É importante para a sociedade entender que existe essa diversidade", disse Nobrega.
Enquanto ele falava com a AFP, a escola de samba Unidos da Tijuca se preparava para entrar na Avenida Marquês de Sapucaí. Logo vieram os fogos, seguidos pelos tambores.
Para qualquer um que não saiba usar a linguagem de sinais, tentar falar é inútil.
Essa é hora de Nobrega e sua equipe começarem sentir as vibrações do desfile.
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