Londres expõe a camiseta, peça pop da propaganda e da subversão
Londres, 9 Fev 2018 (AFP) - Vestuário básico por excelência, a camiseta também é um ótimo suporte para a comunicação e a propaganda em todas as causas, como evidenciado por uma exposição em Londres.
Inaugurada nesta sexta-feira (9) no Museu da Moda e do Têxtil da capital britânica, a exposição "T-Shirt: culto - cultura - subversão" apresenta uma centena de camisetas que ilustram o impacto desta peça na cultura popular.
"Desde as suas primeiras aparições no início do século XX, a camiseta tem sido um meio de transmitir paixões sociais, musicais ou políticas", explica o museu em uma introdução à exposição.
Popularizada pela US Navy em 1913, elevada ao altar das celebridades em 1951 por Marlon Brando em "Uma rua chamada pecado", o "t-shirt" - chamado assim por seu formato em T - tornou-se rapidamente uma plataforma de comunicação em razão de sua simplicidade e facilidade de fabricação.
"É uma das roupas mais democráticas que existe, e graças à serigrafia (silk-screen), as mensagens podem ser reproduzidas infinitamente", ressalta o curador da exposição, Dennis Nothdruft.
Em 1977, a guru da moda punk Vivienne Westwood estampou uma camiseta com a famosa imagem da rainha da Inglaterra com os olhos cobertos pelo slogan "God Save the Queen" criada pelo artista Jamie Reid.
"Dada a natureza sagrada da rainha da Inglaterra, fazer esse tipo de coisa era uma afronta", recorda Dennis Nothdruft, apontando para a peça, uma das mais emblemáticas da exposição.
Grande provocadora, Vivienne Westwood recorreu em muitas ocasiões a esta peça de vestuário. Em 2012, expressou seu apoio ao fundador do Wikileaks com uma camiseta com sua foto e a mensagem "I'm Julian Assange".
- 'Todos deveriam ser feministas' -Os artistas John Dove e Molly White desenharam em 1976 uma camiseta sem manga com um Mickey Mouse de olhar perdido e, no fundo, um cogumelo atômico, para denunciar a falência do sistema americano.
A camisa rapidamente tornou-se popular, até atrair a atenção da Disney, que impediu que ela continuasse sendo vendida, de acordo com o museu.
Outro proeminente artista da exposição é o americano Keith Haring, rei da arte urbana, morto de aids, que em 1990 desenhou uma camiseta sobre a doença que dizia (em inglês) "Ignorância = Medo, Silêncio = Morte".
Mais recentemente, o Brexit deu margem a numerosos exemplos, como o do artista Jeremy Deller, que estampou, sobre o fundo da bandeira europeia, o slogan "Don't worry, fuck Brexit".
Há pouco tempo, ganhou destaque a peça apresentada pela estilista Maria Grazia Chiuri (Dior) para a sua coleção de alta costura com o lema "We should all be feminists" ("Todos deveriam ser feministas"), uma frase da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.
eg/fb/lab/al/acc/mr
THE WALT DISNEY COMPANY
Inaugurada nesta sexta-feira (9) no Museu da Moda e do Têxtil da capital britânica, a exposição "T-Shirt: culto - cultura - subversão" apresenta uma centena de camisetas que ilustram o impacto desta peça na cultura popular.
"Desde as suas primeiras aparições no início do século XX, a camiseta tem sido um meio de transmitir paixões sociais, musicais ou políticas", explica o museu em uma introdução à exposição.
Popularizada pela US Navy em 1913, elevada ao altar das celebridades em 1951 por Marlon Brando em "Uma rua chamada pecado", o "t-shirt" - chamado assim por seu formato em T - tornou-se rapidamente uma plataforma de comunicação em razão de sua simplicidade e facilidade de fabricação.
"É uma das roupas mais democráticas que existe, e graças à serigrafia (silk-screen), as mensagens podem ser reproduzidas infinitamente", ressalta o curador da exposição, Dennis Nothdruft.
Em 1977, a guru da moda punk Vivienne Westwood estampou uma camiseta com a famosa imagem da rainha da Inglaterra com os olhos cobertos pelo slogan "God Save the Queen" criada pelo artista Jamie Reid.
"Dada a natureza sagrada da rainha da Inglaterra, fazer esse tipo de coisa era uma afronta", recorda Dennis Nothdruft, apontando para a peça, uma das mais emblemáticas da exposição.
Grande provocadora, Vivienne Westwood recorreu em muitas ocasiões a esta peça de vestuário. Em 2012, expressou seu apoio ao fundador do Wikileaks com uma camiseta com sua foto e a mensagem "I'm Julian Assange".
- 'Todos deveriam ser feministas' -Os artistas John Dove e Molly White desenharam em 1976 uma camiseta sem manga com um Mickey Mouse de olhar perdido e, no fundo, um cogumelo atômico, para denunciar a falência do sistema americano.
A camisa rapidamente tornou-se popular, até atrair a atenção da Disney, que impediu que ela continuasse sendo vendida, de acordo com o museu.
Outro proeminente artista da exposição é o americano Keith Haring, rei da arte urbana, morto de aids, que em 1990 desenhou uma camiseta sobre a doença que dizia (em inglês) "Ignorância = Medo, Silêncio = Morte".
Mais recentemente, o Brexit deu margem a numerosos exemplos, como o do artista Jeremy Deller, que estampou, sobre o fundo da bandeira europeia, o slogan "Don't worry, fuck Brexit".
Há pouco tempo, ganhou destaque a peça apresentada pela estilista Maria Grazia Chiuri (Dior) para a sua coleção de alta costura com o lema "We should all be feminists" ("Todos deveriam ser feministas"), uma frase da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.
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