Estilistas recebem diretrizes contra abuso sexual antes da Semana de Moda de NY
Nova York, 2 Fev 2018 (AFP) - Após as denúncias de abusos sexuais cometidos por famosos fotógrafos de moda, o Conselho de Designers de Moda dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (2) uma série de recomendações para criar um ambiente seguro durante as sessões de fotos.
"Temos tolerância zero com ambientes inseguros e estimulamos fortemente a todos em nossa indústria a denunciar abusos no ambiente de trabalho" à Polícia, escreveu a presidente do Conselho, a estilista Diane von Furstenberg, em um e-mail enviado a seus milhares de integrantes que acompanham as recomendações.
Designers, fotógrafos e produtores de sessões fotográficas e dos desfiles da Semana de Moda realizada em Nova York todo fevereiro e setembro devem escolher lugares onde os modelos "possam se trocar em privacidade" e não à vista de todos, apontou.
"O clima atual está marcado por mulheres e homens valentes e suas revelações sobre uma cultura inaceitável na política, no esporte e no entretenimento, assim como na moda", assinalou Von Furstenberg.
Depois das denúncias de abuso sexual contra os fotógrafos de moda Terry Richardson, Bruce Weber e o peruano Mario Testino, o grupo Condé Nast USA, proprietário das revistas Vogue e Vanity Fair, recomendou em meados de janeiro em um novo código de conduta que nenhum modelo fique sozinho com um fotógrafo, maquiador, ou assistente.
Também assegurou que "ninguém deve ser pressionado a se expor" nu ou com poucas roupas, e que deve haver em cada sessão de fotos um lugar para trocar de roupa com privacidade.
O consumo de álcool e drogas durante a sessão de fotos "está estritamente proibido" e se as fotos incluírem nudez, transparências, roupa de baixo ou de banho, ou utilizarem poses sugestivas sexualmente, devem contar com o acordo prévio do modelo.
"Todos os participantes na sessão serão notificados de qualquer plano de nudez", assinala o código do Condé Nast, estendido na quinta-feira a todas as publicações do grupo no mundo.
O código assinala como "inaceitáveis" toda proposta sexual, contato sexual, ou apresentação de material pornográfico ou obsceno.
"Estamos comprometidos a colaborar para encontrar soluções ao problema do assédio sexual em nossa indústria", sustentou em um comunicado Jonathan Newhouse, presidente do Condé Nast International.
O fotógrafo de moda nova-iorquino Terry Richardson, conhecido por suas fotos provocantes e há anos acusado de assediar sexualmente seus modelos, foi vetado pelo grupo Condé Nast em outubro, em um novo capítulo do escândalo que derrubou o poderoso produtor de Hollywood Harvey Weinstein.
O grupo logo excluiu Weber e Testino, também acusados de assédio sexual por vários modelos e colaboradores regulares de várias revistas, sobretudo da Vogue.
Para elaborar o código de conduta, o Condé Nast consultou mais de 150 agentes, publicitários, modelos, estilistas e editores.
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