Bombardeios turcos danificam templo neo-hitita de 3.000 anos na SÃria
Beirute, 28 Jan 2018 (AFP) - Um templo neo-hitita de 3.000 anos de antiguidade foi danificado pelos bombardeios aéreos turcos no norte da SÃria, indicou neste domingo uma organização não governamental e um arqueólogo, que lamentou uma "catástrofe" similar aos destroços causados em Palmira.
O templo de Ain Dara, que data da "era arameia" (1.300 a 700 anos a.C) se encontra no enclave de Afrin, na mira da aviação e da artilharia turca. Na sexta-feira, foi atingido pelos bombardeios aéreos, detalhou a ONG Observatório SÃrio de Direitos Humanos (OSDH).
"O alcance das destruições é de 60%", estimou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
O sÃtio de 50 hectares, descoberto em 1982, é famoso por seus "leões em basalto, imponentes e excepcionais, e afrescos esculpidos em pedra", indicou o ex-diretor-geral de Antiguidades e Museus da SÃria, Mamun Abdelkarim.
"Três mil anos de civilização, destruÃdos em um bombardeio aéreo", lamentou o especialista, contatado pela AFP.
A Direção-Geral de Antiguidades e Museus sÃria condenou em um comunicado "os ataques turcos a sÃtios arqueológicos de Afrin" e confirmou "a destruição do templo de Ain Dara, um dos edifÃcios arqueológicos mais importantes construÃdos pelos arameus na SÃria".
A Turquia começou em 20 de janeiro uma ofensiva militar no norte da SÃria para expulsar as milÃcias curdas sÃrias da região.
Abdelkarim comparou a destruição do templo de Ain Dara à destruição causada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) em 2015 na cidade de Palmira, sÃtio de 2.000 anos de antiguidade inscrito na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco.
"A destruição do templo de Ain Dara é do mesmo nÃvel de atrocidade que a do templo de Bel", em Palmira, lamentou Abdelkarim.
Ele se preocupa com as consequências dos combates no setor de Jabal Saman, onde há localidades que datam do começo do cristianismo e que estão inscritas desde 2013 na lista em perigo do Patrimônio Mundial da Unesco.