Ex-funcionária de Michael Douglas o acusa de se masturbar na sua presença
Los Angeles, 20 Jan 2018 (AFP) - Uma ex-funcionária do ator Michael Douglas o acusou nesta sexta-feira (19) de tê-la assediado constantemente e de se masturbar na sua presença, o que o ganhador de dois prêmios Oscar nega.
Susan Braudy, jornalista e autora de dois livros, disse que sofreu com esta conduta abusiva durante a década de 1980, quando era encarregada do escritório em Nova York da Stonebridge Productions, de Douglas.
"Achou que era o rei do mundo e que podia me humilhar sem nenhuma repercussão", disse à emissora NBC.
O caso da masturbação ocorreu em uma reunião de trabalho em seu apartamento em 1989, quando Douglas estava no auge da sua carreira, após protagonizar filmes como "Wall Street: poder e cobiça" e "Atração fatal".
"Escorregou até o chão, abriu o cinto, colocou sua mão dentro da roupa de baixo e começou a se acariciar. Estava com muito medo", recordou.
Braudy - autora de vários livros e indicada a um Pulitzer - assinalou que em sua experiência com Douglas lidou quase sempre com uma linguagem profana e sexual, sem contar os comentários sobre sua vida sexual, suas amantes e as observações degradantes sobre a aparência da então funcionária.
Douglas se adiantou na semana passada, em uma "iniciativa preventiva", ao negar a denúncia, que ainda não tinha se tornado pública. Tampouco era sabido que era Braudy.
"Nem sequer sei por onde começar, é uma mentira completa, uma invenção, não há nada de verdade nisso", disse à imprensa especializada.
"É extremamente doloroso", continuou o filho da lenda do cinema Kirk Douglas. "Não tenho corpos no armário, ou alguém mais que esteja revelando, ou dizendo o mesmo, não consigo entender o motivo de, depois de 32 anos, isto sair agora".
A atriz Catherine Zeta-Jones, com quem Douglas se casou no ano 2000, disse ao canal ABC que apoia "110%" os movimentos Time's Up E #MeToo contra os abusos", mas defendeu o marido.
"Michael fez esta declaração preventiva. Foi eloquente, falou com o coração, foi honesto, aberto e transparente. Agora tem que dar o passo seguinte para ver onde isto vai dar...".
"Isto aconteceu 30 anos 'a.C.', antes de Catherine", brincou.
Uma onda de escândalos sexuais teve início em outubro em Hollywood, começando com denúncias de assédio, abuso e violência contra o outrora poderoso produtor Harvey Weinstein.
Personalidades como Kevin Spacey, Brett Ratner, Dustin Hoffman e Louis C.K. também figuram na longa e aterradora lista de agressores.
Recentemente, James Franco e Woody Allen negaram acusações contra eles.
O sindicato de produtores enviou aos seus mais de 8.000 membros recomendações para evitar o assédio sexual na indústria.
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