Passarela parisiense dá mil caras ao homem
Paris, 17 Jan 2018 (AFP) - Máscaras de cachorro, orelhas de porco, redes que cobrem o rosto. O homem foi mudando de cara nesta quarta-feira (17) durante a Semana de Moda de Paris, que revindicou antes de tudo o conforto em qualquer situação.
- Universo fetiche e porcos-O designer belga Walter van Beirendonck apresentou uma coleção fetiche, com capas com furos, botas e luvas de látex. Os homens usavam uma rede que cobria completamente o rosto, presa ao pescoço com uma fita preta.
"Usamos máscaras para podermos ser outra pessoa, mudar o caráter, ou o papel", disse o designer, para quem "hoje em dia é cada vez mais difícil ser quem você quiser".
A palavra "pig" aparece impressa em várias vestimentas e alguns modelos usam capuzes com formas de orelhas deste animal, em um momento em que na França permanece muito presente a campanha "Balance ton porc" (Delate seu porco), surgida pelo escândalo em torno do produtor americano Harvey Weinstein.
- Adeus ao ferro de passar -A japonesa Facetasm deu espaço às franjas, aos plissados e às roupas amassadas.
Em um desfile misto, homens e mulheres se vestiam da cabeça aos pés com um jeans que parecia recém-saído da máquina de lavar, prático para os que detestam o ferro de passar. Usando jaquetas folgadas e informais, os meninos caminhavam no ritmo das franjas que balançavam para além de seus braços e às vezes até seus pés.
As meninas andavam com bodies abotoados entre as pernas por cima de uma camisa, ou de uma calça.
Em um universo de cores sombrias, um toque de amarelo - sapatos, luvas, chapéus - alegra o conjunto, em algumas ocasiões completado por uma rede que cobre a área dos olhos.
Neste desfile chamado "Emotion" alguns modelos sorriam ao passar pelo público, algo estranho nas passarelas.
- Cara de cachorro -O designer francês Julien David, ao contrário, reduziu a zero a expressividade de seus modelos, colocando neles máscaras de cachorro e encaixando-os em cenas cotidianas: em cima de um sofá, na academia, em frente a um videogame.
"Queria estudar a espécie humana com um pouco de distância, sem me deixar influenciar pelo caráter da pessoa. Quando alguém olha para um cachorro, só se fixa em seu rosto, e queria ter a mesma sensação", disse o estilista.
Neste "laboratório humano", David apresentou um homem adolescente, com calças enroladas e roupas largas, colocando o conforto em primeiro lugar.
- Os "aristopunks" de Valentino -Valentino reivindicou uma "rebelião sutil", que lhe abre a porta para combinar calças de alfaiataria com sapatilhas esportivas brancas.
Longos e elegantes casacos ganharam um ar punk com tachas aparentes na altura dos ombros.
- A elegância informal -Gabardinas, calças com vinco, casacos... As roupas não são deixadas de lado na coleção da marca francesa Le Maire, mas os cortes largos e caídos lhes dão um caráter informal.
As calças são usadas na altura da cintura e as meias podem ser brancas, se destacando em um conjunto preto.
- Partida na Louis Vuitton -O segundo dia da Semana de Moda também esteve marcado pelo anúncio da saída do diretor artístico encarregado das coleções masculinas da Louis Vuitton, Kim Jones, que deixará suas funções após o desfile da marca, na quinta-feira.
O designer britânico, de 38 anos, trabalhava à frente da divisão masculina desde 2011. Louis Vuitton indicou que anunciará o nome de seu sucessor "posteriormente".
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