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Fortalezas de 4.000 anos são descobertas na Síria

19/12/2017 15h56

Lyon, 19 dez 2017 (AFP) - Uma rede de fortalezas, fortificações, torres e fortes de 4.000 anos foi descoberta na Síria graças à análise de imagens aéreas e por satélite por uma equipe franco-síria.

Este trabalho conduzido pelo laboratório Archéorient (CNRS-Universidade Lumière Lyon 2) e a Direção Geral de Antiguidades e Museus da Síria foi publicado nesta terça-feira na revista Paléorient.

"Esta é a primeira vez que um sistema fortificado de tal magnitude é revelado. Esta estrutura se estende ao longo do relevo que domina a estepe da Síria central e protegia as aglomerações e as terras mais atraentes da Idade do Bronze Médio" (2º milênio a.C), diz uma das autoras, Marie-Odile Rousset, pesquisadora do Centro Francês de Pesquisa Científica (CNRS).

A região prospectada pela missão franco-síria das "Margens áridas da Síria do Norte" está localizada a leste de Hama e cobre 7.000 quilômetros quadrados. "Essas 'escavações virtuais' complementam as realizadas no campo" de 1995 a 2002 e em 2010, antes da guerra, com a datação precisa de objetos em cerâmica.

"Desta época, conhecemos principalmente as fortificações urbanas, mas aqui se trata de fortificar todo um território para proteger as estradas e terras", explica à AFP Marie-Odile Rousset. Essas fortalezas consistiam em grandes blocos de basalto não talhado e paredes de vários metros de altura e largura.

"Além disso, cada sítio fortificado foi implantado de forma a poder se comunicar visualmente com os outros por meio de sinais de luz (fogo) ou fumaça, como os índios, para transmitir rapidamente informações aos principais centros de poder", diz o comunicado do grupo de pesquisa.

Situada à beira de regiões densamente povoadas do Crescente Fértil a oeste e da estepe árida dos nômades a leste, esta região não foi constantemente habitada.

"Observou-se que esta região, que não é fácil de desenvolver, foi reocupada em tempos de crise. Recentemente, o local da era romana foi reocupado pelos habitantes que fugiram de Hama e Homs".