Bitcoin supera barreira dos US$ 100 mil pela primeira vez
Singapura, 29 Nov 2017 (AFP) - A moeda virtual Bitcoin rompeu pela primeira vez a barreira dos 11.000 dólares, mantendo sua trajetória estratosférica que a levou a multiplicar por dez seu valor em um ano.
Comprado e vendido em plataformas especiais na Internet, o Bitcoin subiu a 11.150 dólares por unidade nas transações dos mercados asiáticos, segundo a Bloomberg News.
Em meados de outubro, a moeda criptografada era negociada a 5.000 dólares, metade do valor alcançado na quarta-feira. Uma alta espetacular, levando-se em conta que começou o ano em torno dos 1.000 dólares, antes de cair como costuma acontecer.
Por enquanto, continuará subindo, já que "não se vê no horizonte nenhum fator suscetível de fazê-lo baixar", disse à AFP Shane Chanel, do gabinete ASR Wealth Advisers em Sydney.
Sem existência física, o bitcoin lançado em 2009, apoia-se em um sistema de pagamento entre pessoas P2P baseado em uma tecnologia denominada "blockchain".
Essa moeda virtual é comprada e vendida em plataformas específicas de Internet e não tem marco jurídico.
Não é regido por um Banco Central, ou por um governo, mas por uma grande comunidade internacional, e é aceita em um número crescente de transações (restaurantes, setor imobiliário, etc.).
De uso polêmico, essa moeda levanta inúmeras críticas, em particular de instituições financeiras, como os bancos, e de governos, porque não podem controlá-la.
- Alternativa ou golpe -"Isso é uma bolha, e tem muita espuma. Essa vai ser a maior bolha das nossas vidas", advertiu o gerente de "hedge fund" Mike Novogratz durante uma conferência de criptomoedas realizada na terça em Nova York.
Em meados de setembro, o presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou que o bitcoin é uma "fraude" prestes a explodir.
"É a própria definição de uma bolha", disse recentemente o diretor do Crédit Suisse Tidjane Thiam.
Os altos e baixos do bitcoin despertam o temor de uma explosão especulativa: em seu lançamento, em fevereiro de 2009, um bitcoin valia apenas alguns centavos de dólar.
Em setembro, a China proibiu as transações com moedas criptografadas nas plataformas do país, afirmando que queria combater "atividades ilegais" e conter riscos potenciais para seu sistema financeiro.
A decisão chinesa desestabilizou momentaneamente o mercado, mas a cotação retomou rapidamente sua ascensão.
Seus defensores afirmam que o bitcoin oferece uma alternativa segura às divisas tradicionais: a "blockchain" impediria que as transações sejam falsificadas porque, para modificar uma informação, seria preciso mudá-la simultaneamente entre todos os usuários.
Essa caraterística interessa muito ao setor bancário, onde a "blockchain" poderia abrir novos horizontes, simplificar as transações de títulos desmaterializados e reduzir custos.
O americano CME, um dos maiores operadores financeiros do mundo, anunciou no final de outubro que vai oferecer produtos derivados que permitam especular com o bitcoin.
Em Wall Street, o banco de negócios Goldman Sachs também contempla especular para seus clientes, declarou à AFP no início de outubro uma fonte próxima à entidade.
Seu concorrente JPMorgan Chase também se declarou "muito aberto" às criptomoedas "controladas e reguladas adequadamente".
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