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Harvey Weinstein teve cúmplices em seu entorno, diz suposta vítima

28/11/2017 23h05

Nova York, 29 Nov 2017 (AFP) - Uma aspirante a atriz britânica, que acusou Harvey Weinstein de "tráfico sexual", culpou nesta terça-feira (28) o entorno do produtor, entre eles um certo membro de sua equipe, que segundo ela, fez vista grossa sobre suas ações.

Kadian Noble afirmou em uma entrevista coletiva, oferecida em um hotel de Nova York, ter confidenciado, em maio de 2016 a uma assistente do magnate de Hollywood, que havia sido agredida sexualmente dois anos antes, em Cannes, durante o festival de cinema.

"Ela ficou tentando me garantir que ele era um homem bom, que havia se portado bem com ela", declarou a jovem de origem jamaicana, atualmente residente britânica.

"Me disse que escrevesse uma carta", para explicar "tudo isso que (eu sentia) e que ela se assegurava que a carta chegaria" ao produtor.

Kadian Noble, de 31 anos, disse ter percebido que "este homem tinha muitos muros ao seu redor" e não escreveu a carta.

Não houve resposta à queixa ou reparação pelo dano.

Essa é a primeira vez que uma suposta vítima aponta diretamente uma pessoa do entorno profissional de Harvey Weinstein, embora outras tenham mencionado ter sido deixadas voluntariamente sozinhas com o produtor em um quarto de hotel.

Contactada pela AFP, a ex-colaboradora de Weinstein, que já não faz parte da companhia do magnata, não respondeu.

Kadian Noble processa Weinstein civilmente em Nova York por "tráfico sexual", uma categoria jurídica que pode estar relacionada com atos cometidos por cidadãos americanos fora dos Estados Unidos.

O advogado da suposta vítima disse que ela informaria os fatos às autoridades francesas que são competentes em matéria penal porque o incidente ocorreu em Cannes.