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Harry da Inglaterra, o príncipe rebelde que achou seu rumo

27/11/2017 11h39

Londres, 27 Nov 2017 (AFP) - Depois de uma infância marcada pela trágica morte de sua mãe e uma adolescência algo desregrada, o príncipe Harry da Inglaterra parece ter atingido a maturidade aos 33 anos com o anúncio de seu matrimônio com a atriz Meghan Markle.

São muitos os que ainda recordam do adolescente com ar perdido, que caminhava junto a seu irmão William seguindo o caixão da princesa Diana pelas ruas de Londres, em 1997.

Duas décadas depois do acidente de trânsito que tirou a vida de sua mãe em Paris, Harry se abriu sobre esse episódio tão traumático em um programa da televisão ITV exibido em julho passado.

"Por certo foi muito doloroso até agora. Continua sendo doloroso", explicou o príncipe, que revelou ter necessitado de ajuda psicológica para lidar com o luto.

"Não há um só dia em que William e eu não desejamos que ela estivesse viva. Nós nos perguntamos que tipo de mãe seria agora, que papel público teria", explicou.

Os dois irmãos assumiram a tarefa de cuidar da memória de Lady Di, cujo divórcio de seu pai, o príncipe Charles, a condenou ao ostracismo institucional, mas não por parte do povo, que dispensou a ela uma adoração inegável.

Henry, apelidado Harry, nasceu em 15 de setembro de 1984, dois anos depois que seu irmão William, e era, na terminologia monárquica, conhecido como "rei de reserva", no caso de algo acontecer com seu irmão.

- Combatente no Afeganistão -Ao nascer, Harry era o terceiro na ordem de sucessão à Coroa depois de seu irmão e seu pai, mas agora caiu para o quinto posto com o nascimento de seus dois sobrinhos.

Jovem enérgico de cabelo ruivo, teve uma adolescência agitada.

Confessou ter fumado maconha, apareceu vestido de nazista numa festa à fantasia e os tabloides publicavam regularmente fotos suas na saída de bares e discotecas, na companhia de belas jovens aristocratas, ou das mulheres que foram suas namoradas em diferentes períodos, Chelsy Davy e Cressida Bonas.

O processo de amadurecimento teve início no exército. Em 2008, depois de uma indiscrição da imprensa, soube-se que se encontrava em missão no Afeganistão, quando todo o país acompanhou frustrado quando teve de ser repatriado de emergência por razões de segurança por causa desse vazamento.

Também foi noticiado que durante sua experiência militar se comportou como um colega perfeito, além de ser um excelente chefe de tropa.

Fora algumas declarações que beiravam o racismo sobre um colegar militar paquistanês, pelas quais se desculpou, o príncipe nunca mais saiu dos trilhos e logo começou a protagonizar atos oficiais, começando por uma viagem pelo Caribe em 2012 representando sua avó, a rainha Elizabeth II.

Da mesma forma, conjugou seu passado militar com a beneficência, com sua iniciativa Invictus, uma competição esportiva internacional ao estilo dos Jogos Paralímpicos e reservado aos feridos e deficientes de guerra.

Jogos que, em suas palavras, "não apenas ajudam os veteranos a se recuperar de seus ferimentos físicos e mentais, como também para que inspirem as pessoas a seguir em suas vidas o exemplo de resistência e otimismo".

bur-al/ra/cn