Exposição no BID explora impacto do deslocamento humano
Washington, 27 Nov 2017 (AFP) - Milhões de pessoas que abandonaram suas casas na Colômbia, milhares que convivem com a poluição em uma cidade no sul do Brasil: uma exposição fotográfica no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) analisa o impacto do deslocamento humano.
A exposição "Dis/Place: Noções de lar no jornalismo latino-americano", que começou esta semana, reúne trabalhos de 11 fotógrafos da região que abordam diversos aspectos do deslocamento humano, incluindo a migração econômica ou forçada, a violência e as consequências ambientais.
"O deslocamento humano é um tema especial para mim, porque sou em parte colombiana e em parte chilena. Abordar este fenômeno é quase uma constante e também um assunto pessoal", disse à AFP Tamara Merino, uma das expositoras na mostra do BID, com sede em Washington.
Merino trabalhou em várias regiões do mundo, e para esta exposição o BID escolheu uma sequência registrada em uma cidade escavada em uma rocha no deserto australiano.
"Trata-se de uma comunidade que se instalou lá em busca de fortuna, em busca de opala. Mas para mim foi impressionante encontrar ali pessoas de 45 nacionalidades diferentes, vivendo em uma cidade escavada na rocha", disse Merino à AFP.
O alemão Jonas Wresch concentrou suas lentes no deslocamento forçado de famílias colombianas como consequência da violência que atingiu o país durante décadas de conflito armado.
Nas fotos, a brutalidade que representa o fenômeno do deslocamento fica evidente em retratos crus, quase todos tirados em regiões rurais colombianas.
O brasileiro Tiago Coelho registrou o município de Guaíba, no Rio Grande do Sul, onde a população convive com a poluição ambiental e sonora constante devido à produção de celulose no ambiente urbano.
Em todas as suas fotos - uma garota olhando para a câmera, o interior de uma residência, jovens pescando - se vê a presença imponente da fábrica de celulose.
A exposição está organizada de forma que textos lidos pelos próprios autores podem ser utilizados como guia para seguir as fotografias, e na entrada um quadro com um mapa pede que os visitantes marquem seu local de nascimento, o lugar onde moram e o lugar onde se sentem "em casa".
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