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Grupo de hard rock AC/DC perde seu guitarrista Malcolm Young

18/11/2017 18h30

Paris, 18 Nov 2017 (AFP) - O legendário grupo de hard rock AC/DC perdeu neste sábado um de seus fundadores, o guitarrista Malcolm Young, que deixou órfãos milhões de fãs e uma banda várias vezes dizimada pela saída de seus membros.

Enfermo de demência há vários anos, teve que retirar-se em 2014 antes do lançamento do álbum "Rock or Bust".

Sua morte gerou homenagens no mundo da música pelo Twitter.

"Obrigada por ter feito parte da trilha sonora da minha vida. Tua música é a definição do atemporal", afirmou Lars Ulrich, baterista do Metallica. O compositor Ozzy Osbourne disse estar "muito triste". "Sentiremos muito a sua falta", escreveu.

O guitarrista e cantor do grupo Kiss, Paul Stanley, se referiu ao "motor do AC/DC" ao escrever: "Um final trágico para um ícone às vezes desconhecido. Um dos verdadeiros grandes".

Menos midiático que seu irmão Angus, era a "força motora" do AC/DC, "a força de entrega e de paixão", afirmou o caçula, que anunciou a morte na conta de Facebook do grupo.

"Como guitarrista, compositor e visionário, era um perfeccionista e um ser único [...] Sua lealdade aos fãs era inigualável", escreveu.

"Como irmão, é difícil para mim colocar em palavras o que ele significou para mim durante a minha vida, o vínculo que tínhamos era único", acrescentou. "Ele deixa para trás um imenso legado que viverá sempre".

Malcolm Young morreu cercado por seus familiares, semanas depois da morte de outro de seus irmãos, George, músico dos Easybeats e considerado o mentor do AC/DC.

Nascido em 6 de janeiro de 1953 em Glasgow, era o sexto dos nove filhos de uma família escocesa emigrada de Sidney.

Após uma adolescência ao som de Jerry Lee Lewis, Little Richard e Chuck Berry, aos vinte anos decidiu formar uma banda e chamou seu irmão Angus, que aos 14 anos já tinha uma personalidade explosiva e o domínio da guitarra.

Decidiram chamar o novo grupo de "AC/DC" e fizeram o primeiro show no final de 1973.

- Rico em decibéis -O palco se tornou familiar e as turnês maratônicas passaram a ocupar seu dia a dia.

"Não nos levamos tanto a sério, mesmo que sejamos um grande grupo cênico. Nosso sucesso está mais ligado aos nossos shows que aos nossos discos", considerava Malcolm Young ao jornal Le Monde, no ano 2000.

Desde o começo, a banda vendeu mais de 200 milhões de álbuns e compôs clássicos cantados em coro nos estádios do mundo todo, como "Highway to Hell", "Let There Be Rock" e "Back in Black".

Acostumados a espetáculos ricos em cores e decibéis, seus fãs nunca se cansaram dos solos de Angus Young, da estridente voz do cantor Brian Johnson, ao micrófone desde 1980, nem da bateria furiosa.

O AC/DC, entretanto, precisou se reerguer várias vezes: em 1980, após a morte de seu primeiro cantor, Bon Scott, que faleceu afogado em seu próprio vômito depois de uma noite de muito álcool, e, mais recentemente, depois da expulsão de seu baterista histórico, Phil Rudd, condenado na Nova Zelândia por ameaças de morte e posse de entorpecentes.

No ano passado, foi a saída forçada de Brian Johnson, obrigado a deixar os palcos para não ficar surdo, que comprometeu o futuro da banda.

O cantor do Guns N'Roses, Axl Rose, o sustituiu de um dia para o outro para que a turnê pudesse continuar.