Academia de cinema dos EUA expulsa Harvey Weinstein após escândalo sexual
O produtor Harvey Weinstein foi expulso na tarde deste sábado (14) da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas pelo escândalo de assédio e abuso sexual no qual está envolvido, informou a organização em um comunicado. Seus membros incluem figuras importantes de Hollywood como Tom Hanks e Whoopi Goldberg.
A diretoria da Academia tomou a decisão depois de obter "muito mais de dois terços dos votos necessários para expulsão imediata". "Não só nos distanciamos de alguém que não merece o respeito de seus colegas como enviamos uma mensagem para que termine a era de ignorância deliberada e vergonhosa cumplicidade em conduta sexual depredadora em nossa indústria", diz a nota.
A Academia, que é encarregada de entregar o Oscar, tachou o conteúdo das denúncias de "repugnante, abominável e antiético" com seus padrões e "a comunidade de criadores que representa".
A expulsão significa que Weinstein não poderá mais votar por indicados e vencedores ao Oscar. Seus filmes já receberam mais de 300 indicações para o prêmio, conquistando 81 delas. O reconhecido produtor é o segundo membro da Academia a ser expulso.
O ator de "O Poderoso Chefão II", Carmine Caridi, foi o primeiro, acusado de empresar fitas VHD dos filmes que concorreriam ao Oscar para um vizinho comerciante de filmes pirateados.
A decisão da Academia de expulsar Weinstein neste sábado, contudo, não tirou dele o Oscar de 1999 como produtor de "Shakespeare Apaixonado".
A Academia Britânica de Artes Cinematográficas e de Televisão (Bafta) já havia suspendido Harvey Weinstein na quarta-feira e neste sábado o sindicato dos produtores (PGA) se reuniu para "considerar procedimentos disciplinares".
Denúncias
Weinstein, de 65 anos, caiu em desgraça quando o jornal The New York Times publicou no dia 5 de outubro um explosivo artigo sobre os seus assédios, principalmente contra jovens atrizes e assistentes.
Mais consequências
"Preciso de ajuda, todos cometemos erros, espero ter uma segunda chance", disse Weinstein na quarta-feira a paparazzis em frente à casa de uma de suas filhas.
O público americano não pareca estar disposta a dar este voto de confiança. Uma pesquisa curso de Jeetendr Sehdev, um especialista em imagem de celebridades, revelou que 82% dos 2.000 entrevistados pediram a expulsão do produtor da Academia e 70% disseram que ficariam "chocados" se não o tirassem.
A blogueira Sasha Stone, editora da Awards Daily, explicou à AFP que uma decisão deste tipo levanta dúvidas sobre outros membros.
"Bill Cosby, Mel Gibson ainda são membros", lembrou. Cosby será novamente julgado por abuso e Gibson foi denunciado por bater na ex-mulher.
Quantos casos sobre abuso sexual ou algo pior virão à tona nos próximos meses? Todos serão expulsos da Academia? É difícil saber", afirmou.
Seu estúdio The Weinstein Company (TWC) --que o produtor fundou e que dirigia com seu irmão-- não conseguiu ficar de fora do escândalo, apesar de ter o demitido.
Bob Weinstein disse ao THC que o estúdio sobreviverá à crise e seguirá em frente com outro nome.
Por enquanto o cineasta Oliver Stone disse que não fará uma série prevista sobre a prisão de Guantánamo se o TWC estiver envolvido. Stone indicou o estúdio Amazon, que cancelou um projeto para o diretor David O'Russell e excluiu o estúdio de uma série sobre os Romanov.
Harvey Weinstein levou aos cinemas filmes aclamados como "Chicago", "A Vida é Bela", "O Paciente Inglês", "O Artista", "O Discurso do Rei" e "A Dama de Ferro".
A polícia de Nova York e do Reino Unido abriram uma investigação contra ele.
*Com informações da BBC
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