Topo

Em novo álbum, Beck troca ironia por euforia

11/10/2017 16h38

Nova York, 11 Out 2017 (AFP) - Se há uma palavra que resume o estilo musical do britânico Beck é "eclético". Nas últimas duas décadas ele se tornou um ícone do rock alternativo por transitar entre diversos gêneros musicais, passando pelo folk, hip-hop e até mesmo incorporando ritmos que ouvia ao percorrer as ruas de Los Angeles, como a música dos mariachi.

Além disso, o músico usa a ironia como elemento essencial. Mesmo após dois álbuns que fizeram uma rápida passagem pelo universo sombrio da autorreflexão, Beck contagiou três gerações de fãs fazendo uso do jogo de palavras.

Em seu 10º álbum lançado, "Colors", apresentado na última sexta-feira (6), o artista voltou a trazer algumas mudanças novamente. Mas dessa vez, Beck conseguiu chegar a um nível mais próximo esperado de um disco pop.

"Colors" representa a volta entusiasmada do cantor após o último disco lançado em 2014, "Morning Phase", marcado por um som mais melancólico. "Morning Phase" venceu o Grammy na categoria "Álbum do Ano", deixando o cantor, assim como muitos membros da Indústria Musical, ao vencer concorrentes muito admirados, como a americana Beyoncé.

"Eu me sinto tão livre", exclama Beck em uma música com a mesma frase, em um trecho que aparece repetidamente nessa canção.

O surrealismo de Beck não desapareceu completamente. Ele ainda canta sobre andar pela cidade prestando atenção em "seu típico barulho com seu bronzeado elíptico", por exemplo.

Porém, o Beck que aparece em "Colors" usa mais a euforia no lugar da ironia. "É como se, wow! É como se fosse nesse exato momento!", ele canta em "Wow", enquanto mantém a complexidade como compositor, usando durante a produção múltiplas camadas e transições ininterruptas entre estilos musicais.

O cantor anunciou que seu último álbum seria lançado em outubro de 2016, mas adiou a divulgação de "Colors" pelo período de mais um ano, sem ter explicado o motivo.