Topo

A música country volta a tocar em Las Vegas após tiroteio

05/10/2017 15h12

Las Vegas, Estados Unidos, 5 Out 2017 (AFP) - Três dias depois do tiroteio que deixou 58 mortos e mais de 500 feridos, os fãs da música country voltaram a se reunir em Las Vegas para uma especial homenagem às vítimas e de "demonstração de força" diante da tragédia.

O show, destinado a reunir fundos para as famílias dos falecidos, foi organizado pelo dono do clube Stoney's Rockin' Country, templo local desta música tradicional dos Estados Unidos.

Centenas de fãs deste gênero musical se encontraram na quarta-feira à noite neste pub-discoteca localizado na saída de Las Vegas, somente três dias depois que Stephen Paddock, um aposentado de 64 anos, atirou do 32º andar do hotel Mandalay Bay durante 10 minutos contra os 22.000 participantes de um festival de música country.

"Vários artistas entraram em contato comigo e me perguntaram o que podiam fazer. Em 24 horas organizamos isso", disse à AFP o fundador do clube, Chris Lowden.

"Há os que pensam que ainda é muito cedo, mas nós acreditamos que esse é o momento para começar a melhorar", acrescentou.

A voz deste homem de barba longa fica entrecortada ao falar da tragédia de domingo, dia de fechamento do Stoney's.

"Muitas famílias estavam no show, eu conhecia pessoalmente três dos mortos e dezenas dos feridos, alguns filhos de amigos meus estavam lá", disse. "É terrível, é o momento de voltarmos a nos encontrar e iniciar o processo de cura".

- A música e o amor -Em um momento em que o massacre relançou o debate sobre o controle da venda de armas de fogo, Chris Lowden assegura que em seu pub a política não tem vez, apesar de vários clientes aparecerem com camisetas que fazem alusão à segunda emenda da Constituição, que autoriza o porte individual de armas.

"Todos os nossos clientes têm opiniões políticas, mas a maioria deles as deixa de fora. Esta noite trata-se de música, amor, família. Gostamos do nosso país, do nosso Deus e gostamos uns dos outros", afirmou.

Uma dezena de artistas respondeu à convocação.

Um deles, Dylan Schneider, estava presente no festival de domingo. Já havia parado de cantar quando o assassino começou a atirar contra a multidão.

No momento do tiroteio, Tony Jackson, uma das estrelas do country, estava em seu quarto de hotel, em frente ao lugar do massacre.

"Após esse triste acontecimento, voltamos a nos encontrar, é como uma demonstração de força", comentou. "É bom ver tanta gente, para a música country isso representa o que realmente somos: um povo unido. Passaremos pelo luto e rapidamente ficaremos bem".

cyj-kg/elc/dg/yow/cb