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Grupo de rock libanês denuncia repressão de gays no Egito

03/10/2017 07h41

Beirute, 3 Out 2017 (AFP) - O grupo libanês de rock alternativo Mashrou' Leila denunciou a "tirania" das autoridades egípcias e uma "caça às bruxas", após a detenção de pessoas que levavam a bandeira arco-íris da comunidade LGBT no show feito no Cairo há alguns dias.

Pelo menos 22 pessoas foram detidas por estarem com essa bandeira, durante o show em 22 de setembro na capital egípcia.

O caso provocou enorme polêmica nos jornais e nas redes sociais do Egito, onde os homossexuais são presos com frequência por "incitação ao vício", ou por "desprezo da religião", embora a homossexualidade não seja proibida oficialmente.

"Me parte o coração, ao ver que o trabalho do grupo foi usado como um pretexto para uma nova onda de repressão por parte do governo egípcio", declarou o líder de Mashrou' Leila (Projeto Noturno), o cantor libanês Hamed Sinno, que assume publicamente sua homossexualidade.

o grupo fez um apelo por "um movimento de solidariedade internacional para pressionar o governo egípcio a fim de cessar imediatamente essa caça às bruxas e libertar os presos".

"O governo está prendendo garotos e violando seu corpo", afirmou o grupo, referindo-se a informações de pessoas detidas que foram sujeitas a "exames anais" para "provar sua homossexualidade".

Acusadas de "indecência pública" e de "incitar os jovens à imoralidade", essas pessoas compareceram à Justiça no domingo para uma audiência a portas fechadas.