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Ajuda a projetos de cinema de Brasil e Argentina no Festival de San Sebastián

27/09/2017 17h33

São Sebastião, Espanha, 27 Set 2017 (AFP) - Com colaborações econômicas para finalizar seus filmes, os realizadores Aly Muritiba, do Brasil, e Ezequiel Radusky, da Argentina, receberam um empurrãozinho da indústria nesta quarta-feira no Festival de San Sebastián, incentivadora do cinema latino-americano para a Europa.

"Ferrugem", de Muritiba, e "Planta permanente", de Radusky, venceram os principais prêmios nas categorias do festival do norte da Espanha criadas com a ideia de ajudar cineastas da América Latina, onde muitas vezes sofrem para conseguir financiamento.

Com uma proposta muito atual sobre as consequências sofridas por uma jovem quando suas fotos e vídeos sensuais são expostos na Internet, Muritiba ganhou o prêmio "Cine en Construcción".

O que será seu segundo longa-metragem de ficção nasceu de suas próprias experiências, tanto como professor de uma escola como pai de um adolescente, explicou a jornalistas Muritiba, cuja obra-prima "Para Minha Amada Morta", concorreu há dois anos em San Sebastián.

Criado em 2002 entre San Sebastián e o francês Cinélatino de Toulouse, o "Cine en Construcción" inclui ajudas para a pós-produção do filme até a geração de um DCP (formato de distribuição digital) com legendas em inglês e sua distribuição na Espanha, assim como a pré-compra de direitos de distribuição internacional e a divulgação televisiva do filme finalizado.

Geralmente os longa-metragens que ganham este prêmio retornam a San Sebastián em áreas competitivas, como este ano foi o caso de "La educación del Rey", do argentino Santiago Esteves, depois de alçar-se com o reconhecimento da indústria em 2016.

"Ferrugem" se impôs a "Agosto" do cubano Armando Capó Ramos, "Familia sumergida" da argentina María Alché, "Kairos" do colombiano Nicolás Buenaventura, "Niña errante" do também colombiano Rubén Mendoza e "Rodantes" do brasileiro Leandro Lara.

Lançado em 2012, o Fórum de Co-produção Europa-América Latina outorga anualmente 10.000 euros a um projeto ibero-americano, que ficou desta vez com "Planta permanente", do argentino Radusky.

"Comédia dramática com humor negro", segundo definiu Radusky, a história se passa em um edifício público em Tucumán (norte da Argentina), onde uma funcionária de limpeza abre uma cantina, causando inveja em uma colega que quer tomar o seu lugar.

"Há uma guerra silenciosa até que (...) as autoridades têm que intervir e nesse momento pode ser que as duas percam por não terem se unido", acrescentou Radusky sobre o que será o seu primeiro longa-metragem sozinho.

O júri também concedeu outros prêmio a "El agente topo", da chilena Maite Alberdi Soto, "Las consecuencias", da venezuelana Claudia Pinto, e "Akelarre", do argentino Pablo Agüero.

O Festival de San Sebastián, considerado o mais importante do mundo hispânico, será encerrado neste sábado com a cerimônia de gala de entrega de seus principais prêmios.