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Parque Olímpico volta a vibrar com o Rock in Rio

14/09/2017 16h34

Rio de Janeiro, 14 Set 2017 (AFP) - Depois de um ano praticamente abandonado, o Parque Olímpico voltará a vibrar nesta sexta-feira com o Rock in Rio, que será inaugurado por Gisele Bundchen com um ato pela Amazônia, e com a notícia do cancelamento do esperado show de Lady Gaga.

A cantora americana, que estava escalada para inaugurar, nesta sexta-feira (15), a maratona de duas semanas de shows, decepcionou seus fãs brasileiros ao anunciar de última hora, nesta quinta, o cancelamento de sua participação no maior festival de música do mundo devido a fortes dores.

"Brasil, estou arrasada por não me sentir bem o suficiente para ir ao Rock in Rio. Eu faria tudo para ir, mas tenho que cuidar do meu corpo nesse momento", lamentou a artista no Twitter.

"Prometo que voltarei e me apresentarei para vocês em breve", acrescentou Gaga, que na terça-feira revelou sofrer de fibromialgia, doença que causa dores musculares crônicas, comovendo milhares de fãs.

Gaga, de 31 anos, já tinha anunciado na semana passada que faria uma pausa por tempo indeterminado após o fim de sua turnê mundial, em dezembro. Em setembro, ela teve que cancelar abruptamente sua apresentação em um show em Montreal, no Canadá.

O Rock in Rio estreará um novo espaço em sua sétima edição no Brasil, que acontecerá durante sete dias - esta sexta-feira, sábado e domingo, e na semana que vem de quinta (21) a domingo (24).

Mais de 150 apresentações, como as dos lendários The Who, Guns N'Roses e Aerosmith, sacudirão a nova e gigantesca 'Cidade do Rock' no Parque Olímpico de 2016, a 40 km do centro do Rio e com uma complicada conexão de transporte público.

O line-up da 17ª edição do festival, como sempre cheio de grandes nomes cada vez mais ecléticos, pretende oferecer uma pausa da crise econômica e de violência que afeta o Rio de Janeiro pós-olímpico.

As 700.000 entradas do megaevento estão esgotadas há meses, e a associação de hotéis da cidade espera uma ocupação de 90% e receitas no valor de 74 milhões de reais.

"É duro ver uma cidade capaz de fazer Olimpíada, Carnaval e Rock in Rio e que as pessoas estejam tristes, acanhadas, sofrendo. Podemos e vamos dar a volta por cima", disse a vice-presidente do festival, Roberta Medina, em coletiva de imprensa.

- Encontros inesperados -Distribuídos principalmente em quatro palcos, passarão pelo Rock in Rio atrações principais como Bon Jovi, Pet Shop Boys e Red Hot Chili Peppers, mas também a rainha do R&B Alicia Keys, a ex-Black Eyed Peas Fergie e a diva baiana Ivete Sangalo, de 45 anos, que anunciou esta semana que está grávida de gêmeos.

Também estarão presentes o pop de Justin Timberlake e Maroon 5 e o punk de The Offspring, com espaço inclusive para grupos mais alternativos como Incubus, The Kills ou os colombianos do Bomba Estéreo.

Para os amantes da música brasileira, o Rock in Rio propõe encontros inesperados de artistas nos palcos, como o da diva octogenária Elza Soares com o rapper Rael, a delicada Céu com o grupo de rock psicodélico Boogarins ou o transgressor Ney Matogrosso, que esteve na edição inaugural do festival, em 1985, reunido com os músicos do Nação Zumbi, expoentes do 'manguebeat'.

Os roqueiros septuagenários do Alice Cooper, dos Estados Unidos, e o britânico Arthur Brown também farão um show juntos.

A música eletrônica também dará as caras com a apresentação de DJs internacionais como The Black Madonna e Maye Jane Coles e o brasileiro Vintage Culture.

- Não apenas música -Mas o Rock in Rio é mais do que música, como mostra a aposta de inauguração reivindicativa do primeiro dia que, paradoxalmente, não ficará a cargo de um músico.

A modelo Gisele Bundchen, aguerrida defensora ambientalista, desfilará pelo palco principal com uma bandeira do projeto 'Amazônia Live', em meio a polêmica gerada no país pelo decreto presidencial para abrir a reserva Renca, situada no 'pulmão do planeta', à mineração privada.

Na maior 'Cidade do Rock' dos seus 32 anos de história, o festival contará com um parque de diversões, uma 'Rock Street' dedicada à África, um inédito espetáculo de luzes feito com drones e até mesmo sete casamentos.

O Rock in Rio nasceu em 1985, em um momento em que o Brasil saía da ditadura militar (1964-1985), e foi se reinventando desde então. Sua última edição no Rio foi em 2015, e ao longo dos anos o festival foi realizado também em Lisboa, Madri e Las Vegas.