Google é processada por pagar menos a mulheres que a homens
San Francisco, 14 Set 2017 (AFP) - Um trio de ex-funcionárias da Google entrou, nesta quinta-feira (14), com uma ação judicial acusando a gigante tecnológica de pagar menos às mulheres que aos homens pela mesma função.
No processo apresentado na corte de São Francisco, as três mulheres acusam a Google de "discriminação sistêmica e profunda no pagamento e na promoção das funcionárias mulheres".
Advogados estão buscando conferir um status de ação de classe ao processo, para tentar representar mais mulheres que atualmente sejam ou tenham sido funcionárias na Google.
Em resposta ao processo, a gigante tecnológica americana negou ter qualquer política discriminatória.
"Nós trabalhamos bastante para criar um ambiente de trabalho bom para todos e dar a todo mundo a chance de prosperar aqui", disse a porta-voz da Google Gina Scigliano em resposta à AFP.
"Em relação a esse processo específico, vamos revisar em detalhes, mas discordamos das alegações centrais".
Advogados das mulheres acusam a Google de violar a lei de pagamento equitativo da Califórnia, bem como o código trabalhista estadual.
A denúncia também alegou que a Google repetidamente atribuiu mulheres a "níveis mais baixos" ou "carreiras de trabalho" com remuneração menor e menos oportunidades de promoção do que as dos homens.
Uma das três mulheres, Kelly Ellis, disse num comunicado divulgado por seus advogados que o processo trata de "um problema generalizado de tendência sexista na Google".
Scigliano garantiu que os níveis dos cargos e promoções na empresa são determinados por comitês "rigorosos" e passam por uma revisão que inclui a verificação de sexismo.
"Se nós vemos discrepâncias individuais, ou problemas, nós trabalhamos para consertá-los", disse ela.
O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos está auditando as remunerações da empresa, avaliando possíveis discriminações de gênero.
A Google também lida com as consequências de uma grande polêmica sobre sexismo e liberdade de expressão provocada por um "manifesto" publicado como um memorando interno pelo então empregado James Damore.
O memorando do engenheiro da Google defendeu a diferença de gênero do Vale do Silício, alegando que as "diferenças biológicas" eram um fator-chave no baixo percentual de mulheres em empregos no setor tecnológicos. O memorando foi vazado e desencadeou uma crise pública.
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