Morreu em Roma o assassino do cineasta Pier Paolo Pasolini
Roma, 20 Jul 2017 (AFP) - Pino Pelosi, o homem condenado pelo assassinato, há 42 anos, do famoso poeta e cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, morreu aos 59 anos em consequência de um câncer, informaram nesta quinta-feira meios de comunicação do país.
Pelosi, um garoto de programa que tinha então 17 anos, foi o único condenado pelo brutal homicídio de um dos maiores intelectuais da Itália, que foi encontrado morto em 2 de novembro de 1975 na praia de Ostia, perto de Roma.
Apesar do jovem ter confessado que agiu em legítima defesa ao ser atacado por Pasolini, que tentava estuprá-lo, as circunstâncias que rodearam o caso nunca foram esclarecidas, e muitos elementos ficaram sem resposta.
Condenado a nove anos de prisão, a sentença foi confirmada em 1979 pelo Tribunal Supremo.
No entanto, mais que um crime passional, o assassinato do intelectual, então com 53 anos, foi para muitos um crime político.
Segundo esta versão, Pelosi teria sido instrumento de um complô de fascistas e líderes democrata-cristãos para se livrar de uma personalidade incômoda devido aos seus posicionamentos marxistas, subversivos e críticos ao catolicismo.
"Pino Pelosi nunca quis contribuir para que se chegasse à verdade sobre a morte de Pier Paolo Pasolini. Infelizmente, levou o segredo para o túmulo", comentou Nino Marazzita, advogado da família Pasolini.
O cineasta, que escreveu e dirigiu filmes como "O Evangelho segundo São Mateus" e "Teorema", inspirou, em 1995, o filme de Marco Tulio Giordana "Pasolini, um delito italiano", que defende a teoria de que seu assassinato foi ordenado por políticos.
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