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Justiça confirma que Áustria é dona da casa onde HItler nasceu

30/06/2017 17h01

Viena, 30 Jun 2017 (AFP) - O Estado austríaco continuará sendo proprietário da casa que Hitler nasceu, a qual obteve controle sob seu uso no fim de 2016, contra a vontade da herdeira da casa, segundo uma decisão do Tribunal Constitucional publicada nesta sexta-feira (30).

O parlamento austríaco havia adotado em dezembro passado uma lei para expropriar essa casa, que data do século XVIII, e está situada no centro de Braunau-am-Inn, próxima à fronteira com a Alemanha, abrindo assim a possibilidade de uma profunda modificação arquitetônica do edifício que frequentemente atrai neonazistas.

A lei, aprovada quase que por unanimidade, põe fim a um longo conflito entre o Estado e a família proprietária, representada por Gerlinde Pommer, que há vários anos mantém um silêncio absoluto sobre esse assunto.

Pommer apresentou um recurso contra a lei de expropriação diante do Tribunal constitucional austríaco.

Porém, o tribunal deu razão ao Estado austríaco na sexta-feira, considerando que essa expropriação ocorreu pautada por "interesses gerais".

"A casa apresenta o risco de tornar-se um local de peregrinação (...) em benefício da ideologia nazista (...). Era, portanto, necessário ter certeza de que não será cometida ali nenhuma infração", declarou o tribunal em sua decisão.

A instância recordou que essa venda forçada teve uma compensação, cujo valor não foi revelado.

O Estado alugava a casa desde 1972, na qual funcionava um centro para deficientes, uma das categorias da população que foi vítima dos nazistas.

A enorme casa de fachada amarela está vazia desde 2011, quando seus proprietários opuseram seu veto em relação a um novo uso para o local, mensalmente alugado por 4.8000 euros pelo Estado.

Sem ocupantes, o lugar transformou-se em ponto de encontro para admiradores de Hitler.

O ministro de Interiores Wolfgang Sobotka tinha o intuito de destruí-la. Porém, uma comissão de especialistas converteu essa ideia em um projeto de profunda remodelação com o qual já não é mais possível identificá-la.

No futuro, uma instituição pública será instalada ali, com a condição de que seu uso represente "a antítese ao nazismo".