Praça Gabriel García Márquez é inaugurada no coração de Paris
As autoridades parisienses inauguraram nesta sexta-feira (23) a praça Gabriel García Márquez na presença do presidente colombiano Juan Manuel Santos, em frente à última residência do Nobel de Literatura na capital francesa.
"Hoje traçamos o nome de Gabriel García Márquez no coração de Paris", declarou a prefeita da cidade, Anne Hildalgo, durante uma cerimônia de inauguração de uma placa que contou com a presença de amigos e familiares do escritor colombiano.
Foi em frente a essa pequena praça, localizada no cruzamento da Rue du Bac com a Rue de Montalembert, no sétimo distrito de Paris, onde Gabo, como carinhosamente era chamado por amigos e leitores, teve sua última moradia na França.
García Márquez deixou a Colômbia em 1954, quando sua crônica no jornal El Espectador sobre um naufrágio, publicado anos mais tarde como "Relato de um náufrago", incomodou o regime do general Gustavo Rojas Pinilla e os diretores do jornal decidiram enviá-lo à Europa.
O escritor viajou então a Genebra, Roma e Paris, onde em um apartamento do Bairro Latino concebeu e terminou "Ninguém Escreve ao Coronel", inspirado na vida de seu avô, veterano da guerra civil colombiana dos Mil Dias.
O presidente colombiano, em visita oficial à França, agradeceu às autoridades parisienses por essa homenagem "ao mais universal, ao mais genial dos colombianos".
"Quem iria imaginar esse jovem escritor e jornalista que chegou a Paris em 1955, pobre de solenidade, que alguma vez uma praça da Cidade Luz levaria seu nome?", disse Santos.
"A Gabo, todos sabemos, ele não gostavam de homenagens nem dos protocolos, mas tenho certeza de que no céu de borboletas amarelas ele deve estar sorrindo", acrescentou.
Além da placa que será exibida na praça, uma segunda em mármore será colocada na fachada do número 9 da rua Montalembert, no último lugar em que morou o autor de "O Amor nos Tempos do Cólera", em seus últimos anos em Paris.
O escritor colombiano, que morreu em 2014, foi o autor mais conhecido e lido do realismo mágico latino-americano.
García Márquez deixou uma extensa lista de contos e romances, da qual "Cem Anos de Solidão" (1967) é considerada sua obra-prima.
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