Começa em Tallin a conferência CyCon, o 'Davos' da cibersegurança
Paris, 30 Mai 2017 (AFP) - Quando o mundo ainda se recupera do ciberataque global WannaCry, que no início de maio atingiu centenas de milhares de computadores, 500 dirigentes e especialistas em cibersegurança se reúnem a partir de quarta-feira em Tallin, capital da Estônia.
A nona "Conference on Cyber Conflict" (CyCon) é organizada todos os anos desde 2009 pelo Centro de Excelência em Cibersegurança da Otan, localizado em Tallin depois de um ataque em massa sofrido pelo país em 2007, e que as autoridades atribuem à Rússia.
A CyCon 2017, com o lema "Defending the core", será aberta na quarta-feira pelo presidente da Estônia, Kersti Kaljulaid, e acontecerá até sexta-feira.
A conferência "destaca que a digitalização mudou nossos modos de vida com inúmeros progressos sociais e econômicos, mas também os riscos de segurança e da dependência", destacam os organizadores em um comunicado.
Conferências e oficinas serão dedicadas a várias questões: como definir os elementos cruciais em matéria de cibersegurança? Como proteger as estruturas essenciais? Que papel devem desempenhar as forças armadas nestes casos? Que tecnologias podem ajudar as nações a fazer frente às ciberameaças?
- Primeiro ciberataque global - O país sofreu em maio de 2007 o que é considerado o primeiro ciberataque global: o ataque, mais uma "negação de serviço" de suas principais infraestruturas públicas e privadas por hackers nunca formalmente identificados, foi atribuído pelas autoridades a indivíduos guiados ou usados pelo Kremlin.
O ataque por "negação de serviço" é fácil de ser realizado e consiste em inundar os servidores informáticos com milhões de acessos, até deixá-los inoperantes. A Estônia se viu obrigada a cortar durante vários dias o acesso a servidores do exterior.
Esses ciberataques ocorreram depois da mudança de local, em Tallin, de uma estátua à glória dos soldados soviéticos de uma praça central para um cemitério militar nos arredores da capital.
Isso provocou a raiva da importante comunidade russa da Estônia, que viu no gesto uma afronta à memória dos heróis soviéticos. Mas, para os estonianos, esta estátua se tornou um símbolo da anexação de seu país pela União Soviética durante meio século.
- Limitar os danos -As capacidades técnicas dos especialistas permitiram limitar os danos daquele ciberataque, cortando as conexões internacionais de inúmeros servidores e restabelecendo os serviços alguns dias depois.
Um ano mais tarde, a Estônia esteve na origem da criação deste centro de excelência em cibersegurança, que foi rapidamente reconhecido pela Aliança Atlântica e ao qual os Estados Unidos aderiram formalmente em 2011.
Hoje o centro é integrado por 17 países-membros da Otan, além da Áustria, da Suécia e da Finlândia.
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