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A força de 'Star Wars' ainda está presente após 40 anos

24/05/2017 10h24

O ano era 1977 e até então ninguém havia usado um biquíni dourado para ir para a cama, ou imitado o som dos sabres de luz enquanto segurava um cabo de vassoura... Muito menos dito a um estranho: "que a força esteja com você".

Mas tudo isso estava a ponto de mudar. Um cineasta de 33 anos chamado George Walton Lucas Jr. se preparava para lançar seu terceiro filme, uma saga extravagante e peculiar da luta entre o Bem e o Mal protagonizada por um jovem fazendeiro que tinha problema com os pais.

Quarenta anos depois, "Guerra nas Estrelas" é a mais lucrativa e influente franquia de todos os tempos, graças aos irreverentes coques que adornam as cabeças em festas do Dia das Bruxas e ao Jedi, que se tornou quase uma religião oficial em vários países.

"Estão acabando os meus adjetivos hiperbólicos para descrever o poder de 'Star Wars'", explicou à AFP Shawn Robbins, analista-chefe do site BoxOffice.com.

"Quatro décadas quebrando recordes, definindo o gênero do entretenimento através do cinema, da televisão, dos videogames, dos brinquedos, dos livros e de tudo que esta marca toca", acrescentou.

Com um orçamento de filme independente de somente 11 milhões de dólares, "Star Wars" estreou em uma quarta-feira, 25 de maio de 1977, em 32 salas de cinemas nas quais arrecadou 1,6 milhão de dólares em seu primeiro final de semana.

Obstáculos no caminho

Protagonizada pelos novatos Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford nos papeis de Luke Skywalker, Princesa Leia e Han Solo, a produção se beneficiou da propaganda boca a boca, que em pouco tempo gerou longas filas.

Sua primeira passagem pelo cinema terminou com a arrecadação de fenomenais 221,3 milhões de dólares nas bilheterias americanas, e os relançamentos da 20th Century Fox duplicaram esse montante.

A estreia ocorreu no Teatro Chinês de Hollywood, onde durante um ano havia cinco exibições diárias, todas esgotadas, indicou Levi Tinker, historiador da emblemática sala.

Dois filmes da sequência - "O Império Contra-Ataca" (1980) e "O Retorno de Jedi" (1983) - faturaram juntos mais de 200 milhões de dólares, embora tivessem encontrado obstáculos no caminho.

A "edição especial" dos filmes de 1997 foi criticada pelas intervenções feitas com o avanço tecnológico, que muitos consideraram desnecessárias. Depois, George Lucas dirigiu outra trilogia, uma sequência da original, que foi considerada inferior em quase todos os sentidos.

O cineasta de 73 anos tinha um acordo com a Fox para manter 40% do lucro bruto do filme original, mas foi mais perspicaz ao vender a LucasFilm para Disney em 2012 por quatro bilhões de dólares.

Os estúdios da Disney deram nova vida a "Star Wars" com o anúncio de uma nova trilogia, além de três filmes de antologia, que até agora já renderam três bilhões de dólares, somando no total 7,5 bilhões de dólares de faturamento.

- "Ao infinito" -As especulações já estão tentando prever o futuro da franquia depois do último filme, previsto para 2020, mas até agora os fãs mal conseguem esperar por "O Último Jedi", de Rian Johnson, a segunda produção que estreará em dezembro.

Trata-se da continuação de "O Despertar da Força" (2015), que foi o primeiro filme da saga a faturar dois bilhões de dólares depois de ter a estreia mais bem-sucedida nos Estados Unidos e no mundo.

"Tem potencial para mudar esses números [...] e ser um monstro absoluto", disse Paul Dergarabedian, analista-sênior da ComScore.

Jeff Bock, do Exhibitor Relations, acredita que a morte de Fisher em dezembro dará ao Episódio VIII o mesmo impulso que "Velozes e Furiosos 7" e "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" tiveram após o falecimento de Paul Walker e Heath Ledger.

Em todo caso, os especialistas concordam que é pouco provável que a LucasFilm abandone uma franquia que pode gerar entre um e dois bilhões de dólares a cada estreia, ainda que permaneça a possibilidade de esgotamento dos fãs.

"Como o próprio universo, 'Star Wars' continuará se expandindo até o infinito. Não há um fim em vista", assegurou Bock.