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Grupo Estado Islâmico reivindica atentado de Manchester que deixou 22 mortos

23/05/2017 10h46

Manchester, Reino Unido, 23 Mai 2017 (AFP) - O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta terça-feira em um comunicado o atentado que deixou ao menos 22 mortos e 59 feridos na segunda-feira à noite na saída de um show da cantora Ariana Grande em Manchester, oeste da Inglaterra.

Uma menina de 8 anos, Saffie Rose Roussos, foi a segunda vítima identificada depois de Georgina Callander, de 18 anos, uma estudante também de Lancashire, no atentado.

De acordo com a imprensa britânica, Saffie assistiu ao show na Manchester Arena ao lado da mãe e da irmã.

Um comunicado publicado pelo EI por meio de um de seus canais de comunicação nas redes sociais indica que "um dos soldados do califado colocou uma bomba no meio da multidão" durante o show. O grupo também ameaça cometer outros ataques.

O autor do atentado suicida pretendia provocar a maior carnificina possível com o ataque, que tem crianças e adolescente entre as vítimas, afirmou nesta terça-feira a primeira-ministra britânica Theresa May.

A polícia também anunciou a detenção, relacionada à investigação do caso, de um homem de 23 anos na zona sul de Manchester.

"Sabemos que apenas um terrorista explodiu um artefato de fabricação caseira perto de uma das saídas do local, escolhendo deliberadamente o momento e o local para provocar uma carnificina máxima", disse May em Downing Street.

A primeira-ministra informou que a polícia acredita conhecer a identidade do autor do atentado, executado na Manchester Arena ao final do show da cantora pop americana.

"A polícia e as forças de segurança acreditam conhecer a identidade do criminoso, mas neste ponto das investigações não podem confirmar seu nome", declarou.

As forças de segurança "acreditam que o atentado foi cometido por apenas um homem, mas precisam saber se atuava sozinho ou era parte de um grupo", completou a primeira-ministra, que presidiu uma reunião urgente do gabinete de Segurança.

'Caos completo'O número de mortos pode aumentar, uma vez que alguns dos 59 feridos hospitalizados estão em estado grave, segundo May, que chegou no início da tarde em Manchester, terceira maior cidade do país.

Entre os feridos, há 12 crianças com menos de 16 anos, segundo indicou David Radcliffe, diretor do serviço de ambulâncias da cidade.

Pais desesperados continuavam à procura de seus filhos, lançando apelos nas redes sociais, enquanto uma estrutura foi montada no estádio de futebol do Manchester City para as vítimas e os parentes.

"Havia muitas crianças e adolescentes como minha filha no show. É uma tragédia", lamentou Stephanie Hill, que assistiu ao show com sua filha Kennedy.

"Alguns pais carregavam as filhas nos braços com lágrimas", contou à AFP Sebastian Díaz, um jovem de 19 anos de Newcastle.

"A arena ficou pavorosamente em silêncio durante cinco ou seis segundos, que pareceram mais longos, e depois todo mundo correu em todas as direções", afirmou à AFP Kennedy.

"As pessoas caiam umas sobre as outras. Foi um completo caos. Queríamos sair o mais rápido possível porque achávamos que poderia haver alguém atirando", relatou ainda.

- Condenações em todo o mundo -A rainha Elizabeth II chamou de "ato bárbaro" o atentado suicida de Manchester na segunda-feira à noite.

"A nação inteira está chocada (...) expresso minha mais profunda simpatia a todos os afetados por esse terrível evento, em particular as famílias e próximos daqueles que foram mortos ou feridos" neste "ato bárbaro", declarou a rainha em um comunicado.

O ataque de Manchester é o mais grave no Reino Unido desde julho de 2005, quando vários atentados suicidas deixaram 52 mortos, incluindo quatro terroristas, e 700 feridos no metrô e em um ônibus de dois andares de Londres. Esta ação foi reivindicada por um grupo que dizia pertencer à Al-Qaeda.

Acontece dois meses após o realizado perto do Parlamento de Londres, que fez 5 mortos e que foi igualmente reivindicado pelo EI.

"Nossa solidariedade com o povo do Reino Unido é total", declarou o presidente americano Donald Trump, condenando os "perdedores maléficos" por trás do atentado.

"Tantos jovens, belos, inocentes vivendo e apreciando suas vidas assassinados por perdedores maléficos", afirmou Trump durante uma visita ao Oriente Médio.

A chanceler alemã Angela Merkel expressou sua "tristeza e horror", enquanto o presidente russo Vladimir Putin declarou que está disposto a "desenvolver a cooperação antiterrorista" após o atentado "cínico e desumano".

O presidente da França, Emmanuel Macron, expressou "horror e consternação" com o atentado.

Reforço da segurançaO prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou o reforço da segurança nas ruas da capital da Inglaterra.

"Estou em contato constante com a Polícia Metropolitana, que está revisando o dispositivo de segurança em Londres. Os londrinos verão mais policiais em nossas ruas", disse Khan.

Ariana Grande tinha uma apresentação prevista para a Arena O2 de Londres na quinta-feira.

"Devastada. Do fundo do meu coração, sinto muito. Não tenho palavras", escreveu a cantora no Twitter.

O atentado provocou a suspensão dos atos da campanha para as eleições de 8 de junho na Grã-Bretanha e aconteceu exatamente dois meses depois do ataque perto do Parlamento de Londres que deixou cinco mortos, quando um homem avançou com seu carro contra uma multidão e esfaqueou um policial.

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou "medidas de segurança reforçadas em e nos arredores dos locais e eventos públicos".

O nível de ameaça de atentados no Reino Unido é "severo", o segundo mais elevado na escala do governo, e significa que é altamente provável que aconteçam atentados.

O nível mais elevado na escala é o "crítico", ativado em caso de ameaça iminente.

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