Bana, a menina de Aleppo que comove as redes sociais
Alepo, Síria, 6 dez 2016 (AFP) - Em apenas três meses, Bana, uma menina síria de sete anos que junto com sua a mãe conta no Twitter o inferno de viver em um bairro bombardeado do leste de Aleppo, se tornou um fenômeno nas redes sociais.
A pequena Bana Al Abed sumiu do Twitter na noite de domingo, ao mesmo tempo em que o Exército sírio se aproximava de sua casa no leste de Aleppo, setor brutalmente bombardeado desde 15 de novembro pelo regime, que faz o possível para recuperar o controle total da cidade, a segunda do país.
Mas Bana reapareceu na terça-feira e tranquilizou seus 217.000 seguidores: "Olá, meus amigos, como vocês estão? Eu estou bem", tuitou.
Pouco antes, seu pai, Ghasan al Abed, tinha dito por telefone: "Nossa casa foi atingida por um bombardeio" nos últimos dias, quando o Exército do regime se apoderou de dois terços do setor rebelde de Aleppo.
"O Exército se aproximou muito de nosso bairro. Fugimos para outro (bairro) no leste de Aleppo e a família está bem", acrescentou.
"A internet é muito fraca", explicou.
Com a ajuda de sua mãe, Fatema, Bana começou no dia 23 de setembro a tuitar em inglês, durante uma violenta campanha de bombardeios realizada pelo regime de Bashar al-Assad para reconquistar os bairros de Aleppo Oriental que estão nas mãos dos insurgentes desde 2012.
Através da conta @AlabedBana, verificada pelo Twitter, Bana e sua mãe fizeram uma série de postagens, descrevendo o calvário vivido por cerca de 250.000 pessoas cercadas desde julho e submetidas a intensos bombardeios.
"Ficamos muito assustados, nos salvem"; "as bombas fazem o chão tremer"; "a guerra roubou a minha infância"; ou "não há mais medicamentos", são algumas das frases que Bana publicou na rede social.
Os tuítes incluem fotos e vídeos dos bombardeios, de Bana lendo Harry Potter em versão eletrônica - um presente da autora J. K. Rowling - ou manifestando sua torcida para o clube de futebol Manchester United, rezando para este ganhar e ela poder "esquecer as bombas".
"Jogo de propaganda"No domingo, antes de desaparecer por mais de 24 horas, Fatema escreveu: "Temos certeza de que o exército vai nos deter agora. Vamos nos encontrar novamente um dia, querido mundo. Até logo".
Preocupados, os seguidores lançaram a hashtag #WhereisBana (Onde está Bana).
Apesar da menina comover o mundo, os detratores da oposição e dos rebeldes, entre eles o próprio presidente Assad, consideram que se trata de um instrumento de propaganda.
"É um jogo, um jogo de propaganda, um jogo de mídia", afirmou Assad, em outubro, à rede dinamarquesa TV2.
Em quase seis anos de conflito na Síria, várias crianças, identificadas ou anônimas, foram transformadas em "símbolos" desta tragédia humana.
Em 2011, apenas dois meses depois do início da revolta contra o regime, Hamza al Jatib, de 13 anos, foi detido, torturado e assassinado pelos serviços secretos, segundo sua família e a oposição.
Em 2015, a foto de Aylan, o menino sírio de três anos afogado em uma praia turca, provocou indignação mundial ao resumir a tragédia de milhões de refugiados deste país em guerra que tentam alcançar a Europa.
Em agosto passado, foi a vez da foto de Omran dar a volta ao mundo. A criança aparecia sentada em uma ambulância, com o rosto aturdido e ensanguentado, após a destruição da sua casa no leste de Aleppo.
A pequena Bana Al Abed sumiu do Twitter na noite de domingo, ao mesmo tempo em que o Exército sírio se aproximava de sua casa no leste de Aleppo, setor brutalmente bombardeado desde 15 de novembro pelo regime, que faz o possível para recuperar o controle total da cidade, a segunda do país.
Mas Bana reapareceu na terça-feira e tranquilizou seus 217.000 seguidores: "Olá, meus amigos, como vocês estão? Eu estou bem", tuitou.
Pouco antes, seu pai, Ghasan al Abed, tinha dito por telefone: "Nossa casa foi atingida por um bombardeio" nos últimos dias, quando o Exército do regime se apoderou de dois terços do setor rebelde de Aleppo.
"O Exército se aproximou muito de nosso bairro. Fugimos para outro (bairro) no leste de Aleppo e a família está bem", acrescentou.
"A internet é muito fraca", explicou.
Com a ajuda de sua mãe, Fatema, Bana começou no dia 23 de setembro a tuitar em inglês, durante uma violenta campanha de bombardeios realizada pelo regime de Bashar al-Assad para reconquistar os bairros de Aleppo Oriental que estão nas mãos dos insurgentes desde 2012.
Através da conta @AlabedBana, verificada pelo Twitter, Bana e sua mãe fizeram uma série de postagens, descrevendo o calvário vivido por cerca de 250.000 pessoas cercadas desde julho e submetidas a intensos bombardeios.
"Ficamos muito assustados, nos salvem"; "as bombas fazem o chão tremer"; "a guerra roubou a minha infância"; ou "não há mais medicamentos", são algumas das frases que Bana publicou na rede social.
Os tuítes incluem fotos e vídeos dos bombardeios, de Bana lendo Harry Potter em versão eletrônica - um presente da autora J. K. Rowling - ou manifestando sua torcida para o clube de futebol Manchester United, rezando para este ganhar e ela poder "esquecer as bombas".
"Jogo de propaganda"No domingo, antes de desaparecer por mais de 24 horas, Fatema escreveu: "Temos certeza de que o exército vai nos deter agora. Vamos nos encontrar novamente um dia, querido mundo. Até logo".
Preocupados, os seguidores lançaram a hashtag #WhereisBana (Onde está Bana).
Apesar da menina comover o mundo, os detratores da oposição e dos rebeldes, entre eles o próprio presidente Assad, consideram que se trata de um instrumento de propaganda.
"É um jogo, um jogo de propaganda, um jogo de mídia", afirmou Assad, em outubro, à rede dinamarquesa TV2.
Em quase seis anos de conflito na Síria, várias crianças, identificadas ou anônimas, foram transformadas em "símbolos" desta tragédia humana.
Em 2011, apenas dois meses depois do início da revolta contra o regime, Hamza al Jatib, de 13 anos, foi detido, torturado e assassinado pelos serviços secretos, segundo sua família e a oposição.
Em 2015, a foto de Aylan, o menino sírio de três anos afogado em uma praia turca, provocou indignação mundial ao resumir a tragédia de milhões de refugiados deste país em guerra que tentam alcançar a Europa.
Em agosto passado, foi a vez da foto de Omran dar a volta ao mundo. A criança aparecia sentada em uma ambulância, com o rosto aturdido e ensanguentado, após a destruição da sua casa no leste de Aleppo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.