Facebook tinha ferramenta para eliminar notícias falsas na eleição (imprensa)
Washington, 14 Nov 2016 (AFP) - O Facebook tinha uma ferramenta para eliminar as notícias falsas que circularam na rede social este ano, mas se recusou a implantá-la por medo de ofender os conservadores, segundo uma reportagem publicada na segunda-feira.
A matéria, publicada pelo site de notícias on-line Gizmodo, chega em um momento em que o Facebook é acusado de permitir que informações falsas ou errôneas se tornem virais e, de acordo com alguns críticos, de impulsionar os esforços do republicano Donald Trump na sua corrida presidencial bem sucedida.
Gizmodo, citando fontes anônimas que afirmam ter conhecimento sobre as tomadas de decisão do Facebook, disse que a ferramenta foi arquivada após uma controvérsia sobre reportagens acusando a rede social de suprimir algumas vozes conservadoras nos seus "trending topics" no início deste ano.
"Eles com certeza têm as ferramentas para eliminar notícias falsas", disse uma fonte citada. "Havia muito medo de chatear os conservadores depois do alvoroço sobre os trending topics".
O Facebook não respondeu imediatamente a uma consulta da AFP sobre a reportagem.
O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, rejeita a ideia de que histórias falsas compartilhadas na rede social abriram caminho para a vitória de Donald Trump.
"A ideia de que as notícias falsas no Facebook, que são uma parte muito pequena do conteúdo, influenciaram a eleição de alguma maneira, eu acho que é uma ideia muito louca", disse Zuckerberg durante a Technonomy, uma conferência sobre tendências tecnológicas na Califórnia.
Em um post no fim de semana, Zuckerberg disse que lidar com farsas e notícias falsas é complexo.
"Esta é uma área onde eu acredito que devemos agir com muito cuidado", disse.
"Identificar a 'verdade' é complicado. Enquanto algumas farsas podem ser completamente desmascaradas, uma maior quantidade de conteúdo, incluindo de meios de comunicação tradicionais, muitas vezes acertam a ideia principal, mas erram ou omitem alguns detalhes", acrescentou o empresário.
As notícias falsas continuaram sendo um tema de debate na segunda-feira, quando usuários da Internet encontraram, através de uma pesquisa no Google, uma notícia falsa afirmando que Trump ganhou no voto popular, além de no Colégio Eleitoral.
Os números em um blog chamado 70News - contradizendo os resultados oficiais contados até agora pelos estados - disseram que Trump recebeu 62,9 milhões de votos, contra 62,2 milhões para Hillary Clinton.
O blog pediu que os peticionários que querem que os delegados mudem seus votos para refletir a vontade popular descartem seu projeto.
"Ei Change.org, retire sua petição lunática agora", disse a publicação.
O site falso apareceu entre os primeiros resultados para muitas pesquisas no Google com o termo "resultado final da eleição".
Os resultados preliminares mostraram que Hillary recebeu cerca de 700.000 votos a mais do que Trump, apesar de ter perdido os estados necessários para uma vitória no Colégio Eleitoral.
Procurado pela AFP, o Google não comentou imediatamente o resultado das consultas.
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