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Amante secreta de Mitterrand revela razões de sua submissão

17/10/2016 12h48

Paris, 17 Out 2016 (AFP) - Na sombra durante os 33 anos de seu relacionamento, a amante clandestina do ex-presidente francês François Mitterrand, Anne Pingeot, explicou a submissão que a levou a "aceitar o inaceitável", em entrevistas divulgadas a partir desta segunda-feira.

Pingeot, que foi curadora de museu e criou em segredo a filha que teve com o ex-presidente, Mazarine, fala "com pudor, mas sem tabu", de sua relação secreta com o presidente socialista, morto em 1996, em uma série de entrevistas à emissora de rádio France Culture.

Descendente de um dos seis marechais da França da Primeira Guerra Mundial, e lembrando o peso da tradição nas grandes famílias burguesas francesas, Pingeot afirma: "O que ouvi, por exemplo, sobre a visão da mulher... que a mulher é alguém que tem que ser submissa, sem nenhuma vida intelectual".

"Esta parte da submissão fez no fundo com que eu aceitasse o inaceitável", afirma.

Em 1962, François Mitterrand estava casado e com dois filhos quando se conheceram. Ele tinha 46 anos e ela apenas 19. O político nunca cogitaria se divorciar de sua esposa Danielle.

Em 1994 os franceses descobririam a existência deste relacionamento, escandaloso para alguns, através da publicação de fotos do presidente com sua filha Mazarine, nascida em 1974.

Em uma decisão surpreendente, Pingeot, de 73 anos, publicou recentemente mais de 1.200 cartas de amor de seu amante.