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Dior feminista na primeiro coleção da marca criada por uma mulher

30/09/2016 20h16

Paris, 30 Set 2016 (AFP) - A estilista italiana Maria Grazia Chiuri apresentou nesta sexta-feira (30) o primeiro desfile criado por uma mulher para Dior, uma coleção "feminista" que buscou inspiração dentro e fora do cânone habitual do fundador da marca.

"Todos deveríamos ser feministas" é a frase que aparece estampada em camisetas brancas usadas com saias longas. Outras convidam a uma "Dio(r)evolução".

Recém-chegada da Valentino, a estreia da italiana de 52 anos era um dos momentos mais esperados da Semana de Moda do prêt-à-porter primavera-verão 2017 de Paris.

Christian Dior (1905-1957) fundou a marca em 1947 e esteve à frente da marca por dez anos. Por isso, Chiuri considera que seus sucessores, incluindo o polêmico John Galliano, são referências igualmente válidas na hora de definir os códigos da marca.

"Por que nos perderíamos nessa parte do legado falando exclusivamente de monsieur Dior?", pergunta-se Chiuri diante dos jornalistas após o desfile, em referência a seus antecessores Yves Saint Laurent, Marc Bohan, Gianfranco Ferré, Galliano, Bill Gaytten e Raf Simons.

Esgrima e tarôO uniforme quase unissex das esgrimistas foi uma das inspirações para Chiuri usar seu enfoque feminista, segundo a estilista, porque isso permite escapar "das categorias estereotipadas masculino/feminino, jovem/menos jovem, razão/sentimento".

Esse é um estilo que novo não apenas para a maison Dior - muitas vezes presa ao DNA de seu fundador, apegado às suas "mulheres-flor" -, mas também para a própria estilista, uma fã das princesas renascentistas e românticas das coleções para Valentino, com as quais fez fama junto com Pierpaolo Piccioli.

"Tenho uma filha e um filho", disse. "Quero que tenham as mesmas oportunidades na vida. Muita gente pensa que já não é mais necessário falar de igualdade. Mas temos que fazer isso, porque nesse momento nem todos a aceitam", declarou.

Botas com cadarços dão um aspecto esportivo a um vestido em malha de crochê com efeito de transparência. O preto e o branco ainda dominam a passarela, mas o vermelho faz uma aparição notável em um conjunto de jaqueta e saia de tule no estilo bailarina.

Também aparecem a lingerie e as transparências em saias que lembram as cartas do tarô, evocando o lado supersticioso de Christian Dior.

Entre as famosas que assistiram ao desfile na primeira fila estavam a ex-primeira-dama Carla Bruni, a atriz Marion Cotillard e a cantora Rihanna, que essa semana apresentou sua segunda coleção de roupas esportivas para Puma.

O microcosmo futurista de Issey MiyakeComo de costume, a marca japonesa Issey Miyake combinou tradição e novas tecnologias para sua coleção "Microcosmo".

Looks plissados lembram os origamis de papel, mas um pouco menos do que o usual.

"Para essa coleção, apelamos para novas tecnologias", disse o estilista Yoshiyuki Miyamae em entrevista à AFP.

Uma camaleônica e futurista "clutch eletrônica" desenvolvida em parceria com a Sony muda de cor segundo a ocasião.

"Isso é só o começo", diz o estilista.

"Amanhã poderá ser aplicado em um vestido, para sair à noite, podendo ser preto ao chegar e branco ao sair".

Outros modelos recorrem às técnicas de tecidos diferenciados para incluir rigidez e flexibilidade.

"Minha fonte de inspiração foram os grãos", disse Yoshiyuki Miyamae.

"Os grãos são um microcosmo, algo muito misterioso. Um pouco como a história da marca: começamos por algo muito pequeno que depois evolui. Queremos transmitir o espírito Issey Miyake das futuras gerações", afirmou.

A paleta foi muito variada, como nos tons ácidos que apaixonam os jovens "fashionistas" de Tóquio e fãs da marca em outras partes do mundo.

"É como os grãos - disse o estilista -, que crescem e terminam dando seus frutos".

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