Moda em Paris: jovem criador brasileiro e Saint Laurent sexy de Vaccarello
Paris, 27 Set 2016 (AFP) - O estilista belga Anthony Vaccarello apresentou nessa terça-feira (27) sua primeira coleção prêt-à-porter para Saint Laurent, sexy e inspirada nos anos 1980, no primeiro dia da Semana de Moda de Paris.
A passarela foi dominada pelo couro, pelo preto, pelas transparências e os ombros marcados, no desfile em que substituiu Hedi Slimane, sob a luminosa e gigante logomarca YSL suspensa em uma grua pintada de azul, branco e vermelho em alusão à bandeira francesa.
O desafio era importante na hora de suceder ao artífice da renovação rock da marca fundada por Yves Saint Laurent, morto em 2008. Vaccarello apresentou uma silhueta de ombros pronunciados, inspirada em um vestido que o fundador fez em 1982, no estilo anos 1980 que também teria inspirado Slimane.
Mas o criador belga de origem italiana acrescentou um toque de sex appeal, com looks de pernas intermináveis e decotes vertiginosos, acentuados por transparências de tule e renda. Um vestido assimétrico deixava até um seio à mostra.
Vinil, lamê e couro, um dos fetiches de Saint Laurent, dominaram a passarela. Vaccarello reinterpretou à sua maneira o famoso smoking do fundador, mas com modelagem ousada.
Formado na escola belga de arte e design da Câmara de Bruxelas, Vaccarello fez fama com seu estilo que combina sensualidade e rigor.
Pierre Bergé, ex-parceiro de Yves Saint Laurent, saudou o que chamou de "excelente" coleção.
"Gostei muito das referências a Saint Laurent", disse, esclarecendo que não se trata de uma cópia.
"Os códigos estão ali, o vocabulário e a sintaxe também e, a partir disso, pode fazer o que quis", completou.
Esse foi o primeiro de 9 dias em que acontecerão 91 desfiles de marcas no programa oficial e muitas outras em desfiles "off", ou apresentações privadas.
Fim do século 'bitchy' de Neith NyerInspirado pelo filme cult "Clube da Luta" (1999), de David Fincher, o desfile da marca Neith Nyer do brasileiro Francisco Terra recorreu a modelos femininos, masculinos e quatro transgênero.
"Minhas coleções se constroem com base nas minhas vivências. Nesse caso, a inspiração veio da cena de sexo entre Helena Bonham Carter e Brad Pitt", disse o estilista em entrevista à AFP após o desfile apresentado em um ginásio do século XIX no centro de Paris.
Silhuetas que lembram o personagem Tyler Durden com sua jaqueta de couro vermelha, ou a provocativa Marla e sua jaqueta de motoqueiro preta com ombros caídos, fazem referência a uma estética muito "fim do século XX", inspirada também pelo filme "O Bug do Milênio".
"Está tudo o que as pessoas dessa geração contribuíram para a sociedade, seu lado 'bitchy' (provocador) com materiais brilhantes, ombros nus e camisetas muito justas", descreveu o estilista.
A marca desfila pela segunda vez em Paris e, nessa edição, integra a lista de 15 marcas selecionadas fora do programa oficial no "Designers Apartment", um showroom que promove jovens talentos.
A coleção do brasileiro também tem inspiração em uma viagem ao Japão, em particular nas estampas bordadas e inscrições em japonês.
O Japão é a tendênciaA cultura japonesa inspirou várias outras coleções. A ítalo-americana Alithia Spuri-Zampetti voltou às passarelas com ideias de uma viagem para o país, criando quimonos com franjas para a coleção de Paula Ka.
Vestidos e ternos sérios, monocromáticos ou listrados, coexistem com outros mais fluidos e floridos.
"Optei por jogar com o contraste entre o lado rígido e escultural, apurado, e o lado harmonioso e poético do Japão", disse.
A holandesa Liselore Frowijn também usou referências do país do sol nascente, especialmente nas estampas e nas sedas pintadas da ilha de Kyusho.
O Japão é claramente a tendência desse ano: o grande armazém nipônico Isetán Mitsukoshi inaugura na sexta-feira (30) uma "concept store" em Paris com o selo de qualidade Densan, garantia de excelência em objetos artesanais do país. Vai apresentar seus produtos em uma loja próxima da Ópera Garnier.
Já a ucraniana Julie Paskal, de 27 anos, se inspirou na paleta de cores do pintor alemão Sigmar Polke para sua coleção, enquanto a marca finlandesa Aalto também se inspirou no que Neith Nyer fazia nos anos 1990.
ltl-alm-fg-may/jmr/cr/tt
A passarela foi dominada pelo couro, pelo preto, pelas transparências e os ombros marcados, no desfile em que substituiu Hedi Slimane, sob a luminosa e gigante logomarca YSL suspensa em uma grua pintada de azul, branco e vermelho em alusão à bandeira francesa.
O desafio era importante na hora de suceder ao artífice da renovação rock da marca fundada por Yves Saint Laurent, morto em 2008. Vaccarello apresentou uma silhueta de ombros pronunciados, inspirada em um vestido que o fundador fez em 1982, no estilo anos 1980 que também teria inspirado Slimane.
Mas o criador belga de origem italiana acrescentou um toque de sex appeal, com looks de pernas intermináveis e decotes vertiginosos, acentuados por transparências de tule e renda. Um vestido assimétrico deixava até um seio à mostra.
Vinil, lamê e couro, um dos fetiches de Saint Laurent, dominaram a passarela. Vaccarello reinterpretou à sua maneira o famoso smoking do fundador, mas com modelagem ousada.
Formado na escola belga de arte e design da Câmara de Bruxelas, Vaccarello fez fama com seu estilo que combina sensualidade e rigor.
Pierre Bergé, ex-parceiro de Yves Saint Laurent, saudou o que chamou de "excelente" coleção.
"Gostei muito das referências a Saint Laurent", disse, esclarecendo que não se trata de uma cópia.
"Os códigos estão ali, o vocabulário e a sintaxe também e, a partir disso, pode fazer o que quis", completou.
Esse foi o primeiro de 9 dias em que acontecerão 91 desfiles de marcas no programa oficial e muitas outras em desfiles "off", ou apresentações privadas.
Fim do século 'bitchy' de Neith NyerInspirado pelo filme cult "Clube da Luta" (1999), de David Fincher, o desfile da marca Neith Nyer do brasileiro Francisco Terra recorreu a modelos femininos, masculinos e quatro transgênero.
"Minhas coleções se constroem com base nas minhas vivências. Nesse caso, a inspiração veio da cena de sexo entre Helena Bonham Carter e Brad Pitt", disse o estilista em entrevista à AFP após o desfile apresentado em um ginásio do século XIX no centro de Paris.
Silhuetas que lembram o personagem Tyler Durden com sua jaqueta de couro vermelha, ou a provocativa Marla e sua jaqueta de motoqueiro preta com ombros caídos, fazem referência a uma estética muito "fim do século XX", inspirada também pelo filme "O Bug do Milênio".
"Está tudo o que as pessoas dessa geração contribuíram para a sociedade, seu lado 'bitchy' (provocador) com materiais brilhantes, ombros nus e camisetas muito justas", descreveu o estilista.
A marca desfila pela segunda vez em Paris e, nessa edição, integra a lista de 15 marcas selecionadas fora do programa oficial no "Designers Apartment", um showroom que promove jovens talentos.
A coleção do brasileiro também tem inspiração em uma viagem ao Japão, em particular nas estampas bordadas e inscrições em japonês.
O Japão é a tendênciaA cultura japonesa inspirou várias outras coleções. A ítalo-americana Alithia Spuri-Zampetti voltou às passarelas com ideias de uma viagem para o país, criando quimonos com franjas para a coleção de Paula Ka.
Vestidos e ternos sérios, monocromáticos ou listrados, coexistem com outros mais fluidos e floridos.
"Optei por jogar com o contraste entre o lado rígido e escultural, apurado, e o lado harmonioso e poético do Japão", disse.
A holandesa Liselore Frowijn também usou referências do país do sol nascente, especialmente nas estampas e nas sedas pintadas da ilha de Kyusho.
O Japão é claramente a tendência desse ano: o grande armazém nipônico Isetán Mitsukoshi inaugura na sexta-feira (30) uma "concept store" em Paris com o selo de qualidade Densan, garantia de excelência em objetos artesanais do país. Vai apresentar seus produtos em uma loja próxima da Ópera Garnier.
Já a ucraniana Julie Paskal, de 27 anos, se inspirou na paleta de cores do pintor alemão Sigmar Polke para sua coleção, enquanto a marca finlandesa Aalto também se inspirou no que Neith Nyer fazia nos anos 1990.
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