Meios de comunicação na França não publicarão fotos de autores de atentados
Paris, 27 Jul 2016 (AFP) - Meios de comunicação franceses como a rede BFMTV ou os jornais Le Monde e La Croix decidiram parar de publicar fotografias dos autores de atentados "para evitar eventuais efeitos de glorificação póstuma" e para "não colocá-los no mesmo nível vítimas e terroristas".
"Após o atentado de Nice, não publicaremos mais fotografias dos autores de massacres para evitar eventuais efeitos de glorificação póstuma", declarou o diretor do Le Monde, Jérôme Fenoglio, em um editorial nesta quarta-feira, referindo-se ao atentado reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico que deixou 84 mortos e 300 feridos em Nice (sul) no dia 14 de julho.
"Não se deve esconder os fatos, ou a trajetória dos assassinos, e por isso não somos favoráveis a manter seu anonimato, mas suas fotos não servem para descrever sua trajetória", explicou Fenoglio à AFP.
"Tomamos a decisão ontem à noite de não divulgar mais fotos de terroristas até nova ordem", anunciou à AFP Hervé Béroud, diretor de redação da BFMTV.
"A foto tem um caráter simbólico e emblemático" e "pode colocar no mesmo nível vítimas e terroristas", disse Béroud à AFP, esclarecendo que seguirão informando o nome dos autores dos atentados.
Por sua vez, o redator-chefe do jornal católico La Croix, François Ernenwein, disse à AFP que "só publicaremos o nome e a inicial do sobrenome (do autor do atentado), e não a foto".
No Twitter, a emissora de rádio Europe 1 também anunciou que deixará de "citar os nomes de terroristas em transmissões".
Já o jornal progressista Libération não compartilha este ponto de vista. Segundo o diretor-adjunto do jornal, Johan Hufangel, manter no anonimato os autores não é uma posição sustentável.
"Imaginem um artigo com os irmãos SA e BA, AA, FAM", declarou à AFP, ressaltando que "o debate sobre a utilização da foto no jornal e no site do Libération é constante desde a existência do jornal".
"Publicar fotos de terroristas e glorificá-los não é a mesma coisa. Dabiq (a revista do grupo EI) glorifica", acrescentou.
sr-lth-jfg/fmi/jlb/jvb/jz/ma
"Após o atentado de Nice, não publicaremos mais fotografias dos autores de massacres para evitar eventuais efeitos de glorificação póstuma", declarou o diretor do Le Monde, Jérôme Fenoglio, em um editorial nesta quarta-feira, referindo-se ao atentado reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico que deixou 84 mortos e 300 feridos em Nice (sul) no dia 14 de julho.
"Não se deve esconder os fatos, ou a trajetória dos assassinos, e por isso não somos favoráveis a manter seu anonimato, mas suas fotos não servem para descrever sua trajetória", explicou Fenoglio à AFP.
"Tomamos a decisão ontem à noite de não divulgar mais fotos de terroristas até nova ordem", anunciou à AFP Hervé Béroud, diretor de redação da BFMTV.
"A foto tem um caráter simbólico e emblemático" e "pode colocar no mesmo nível vítimas e terroristas", disse Béroud à AFP, esclarecendo que seguirão informando o nome dos autores dos atentados.
Por sua vez, o redator-chefe do jornal católico La Croix, François Ernenwein, disse à AFP que "só publicaremos o nome e a inicial do sobrenome (do autor do atentado), e não a foto".
No Twitter, a emissora de rádio Europe 1 também anunciou que deixará de "citar os nomes de terroristas em transmissões".
Já o jornal progressista Libération não compartilha este ponto de vista. Segundo o diretor-adjunto do jornal, Johan Hufangel, manter no anonimato os autores não é uma posição sustentável.
"Imaginem um artigo com os irmãos SA e BA, AA, FAM", declarou à AFP, ressaltando que "o debate sobre a utilização da foto no jornal e no site do Libération é constante desde a existência do jornal".
"Publicar fotos de terroristas e glorificá-los não é a mesma coisa. Dabiq (a revista do grupo EI) glorifica", acrescentou.
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