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Fundação alemã denuncia saques cometidos por soldados sírios em Palmira

01/06/2016 12h59

Berlim, 1 Jun 2016 (AFP) - O chefe da maior fundação cultural alemã, o arqueólogo Hermann Parzinger, declarou nesta quarta-feira que os soldados do regime sírio cometem saques na antiga cidade de Palmira, já vandalizada pelos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).

"Soldados sírios estão realizando saques ilegais depois de seu serviço", assegurou o presidente da Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano, uma organização de renome mundial que reúne importantes museus, bibliotecas e arquivos.

Esta denuncia é feita antes do início de uma importante reunião sobre a preservação do patrimônio sírio na quinta-feira em Berlim, sob os auspícios da Unesco e do Governo alemão, com a participação de mais de 170 cientistas, arqueólogos, arquitetos e urbanistas.

Segundo ele, os soldados de Bashar al-Assad "saquearam" a cidade antiga de Palmira, declarada Patrimônio Mundial da Humanidade, reconquistada em 27 de março pelas forças pró-regime após 20 dias de ofensiva contra o EI, que controlava o local desde maio de 2015.

"Esta vitória (sobre o EI em Palmira) não faz de Assad e daqueles que ajudaram os salvadores do patrimônio cultural" da Síria, denunciou em um artigo publicado nesta quarta-feira no Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Por sua vez, a ministra responsável pela política cultural externa, Maria Böhmer, salientou que a reunião em Berlim, que termina no sábado, deve permitir desenvolver um plano de ação para o pós-guerra na Síria.

"Todos querem ajudar, e é por isso que é muito importante vincular os projetos e coordená-los", disse ela.

A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, pintou um quadro sombrio do estado de sítios arqueológicos de renome na Síria após cinco anos de guerra.

Ela lamentou que "dois terços da cidade velha de Aleppo foram bombardeados e queimados". "Os sítios arqueológicos de Dura Europos e de Apamea foram saqueados em escala industrial", acrescentou, em um artigo publicado pelo jornal Tagesspiegel.