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Morreu, aos 84 anos, Morley Safer, jornalista de longa data da CBS

19/05/2016 18h00

Washington, 19 Mai 2016 (AFP) - Morley Safer, famoso jornalista de televisão conhecido por seus muitos anos como um dos principais membros da equipe do programa "60 Minutos", da CBS, morreu nesta quinta-feira aos 84 anos, anunciou a emissora.

"Morley foi um dos mais importantes jornalistas em qualquer meio, sempre", disse o presidente e chefe-executivo da CBS, Leslie Moonves, em uma declaração.

"Ele inovou nas reportagens de guerra e fez um nome que para sempre será sinônimo do '60 Minutos'. Ele também foi um cavalheiro, um sábio, um ótimo narrador - tudo isso e muito mais", reforçou.

Safer, que estava com a saúde debilitada e anunciou sua aposentadoria somente na semana passada, morreu em casa em Connecticut, informou a CBS.

Ele integrou a equipe do "60 Minutos" por 46 anos, que, de acordo com a CBS, foi "a caminhada mais longa que alguém teve na rede de televisão no horário nobre".

Em "60 Minutos", Safer fez parte de um time conhecido pela investigação jornalística contundente, com os colegas Mike Wallace, Dan Rather e outros.

Entre suas reportagens mais notáveis está uma sobre o caso Lenell Geter, um jovem negro condenado à prisão perpétua por assalto à mão armada no Texas. A reportagem expôs o trabalho apressado e descuidado feito pelos promotores, levando à suspensão da pena.

Seus outros trabalhos incluem uma reportagem de 1978 chamada "A Música de Auschwitz", sobre um presidiário que tocou em uma orquestra para evitar a câmara de gás nazista, um perfil de Katharine Hepburn em 1979 e uma reportagem de 1991, chamada "O Paradoxo Francês", ligando o consumo de vinho tinto na redução das taxas de doenças cardíacas.

O trabalho do canadense Safer foi premiado com 12 Emmys, três Peabody, três Overseas Press Club, dois George Polk Memorial, um Robert F. Kennedy de jornalismo - primeiro prêmio para televisão 'doméstica', um Fred Friendly First Amendment e um Chevalier dans l'Ordre des Arts et des Lettres do governo francês.

Ele foi descoberto pela CBS em Londres em 1964. Antes de ingressar para o "60 Minutos", Safer trabalhou para a CBS no Vietnã, e ficou conhecido por sua reportagem de 1965 mostrando a Marinha americana ateando fogo em cabanas na vila de Cam Ne.

Em 1967, usou a cidadania canadense para entrar na China como turista e com um assistente usando uma câmera doméstica entregou seu "Diário Vermelho da China", a primeira transmissão de uma rede de televisão americana de dentro da nação comunista.

Nascido em Toronto, Safer acabou obtendo a cidadania americana. Ele viveu com sua esposa durante 48 anos, Jane e teve uma filha, Sarah Bakal.

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