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Um salão de moda clássico nos desfiles de Chanel e Saint Laurent

08/03/2016 17h22

Paris, 8 Mar 2016 (AFP) - Com um salão de moda à antiga como cenário para apresentar suas coleções de prêt-à-porter outono-inverno em Paris, a Chanel se inspirou no universo equestre e Saint Laurent, nos anos 1980.

Para o desfile da Chanel no Grand Palais, Karl Lagerfeld assegurou que dessa vez não haveria inveja entre os convidados, e colocou apenas a primeira fila para assistir o desfile.

O estilista alemão elegeu como cenário os tradicionais salões da maison Chanel, com espelhos nas paredes, tapete creme e cadeiras no estilo Napoleão III alinhadas.

Apesar da inspiração, a coleção foi muito século XXI, por sua música, seus famosos (Pharrell Williams, Caroline de Mônaco, Isabelle Huppert e a editora da Vogue americana Anna Wintour) e cerca de 2.500 convidados. Para as modelos, uma passarela de 750 m para percorrer.

"Quis que, pela primeira vez, todo mundo estivesse na primeira fila. Isso permite ver as coisas mais próximas", explicou Lagerfeld em entrevista à AFP. "Normalmente alguns estão na sexta fila e não conseguem ver quase nada. Hoje ninguém pode se queixar!"

A coleção refletiu "uma atitude muito mais streetwear que um salão de Alta-costura", adverte Karl Lagerfeld. Saltos altos não tiveram vez, apenas botas baixas.

Os chapéus são uma mistura de palha e copa reta típico de Coco Chanel, além de alguns de equitação e um capacete de motocicleta. "De outra forma teria sido muito burguês! Não são chapéus meramente decorativos. Podem ser usados na bicicleta ou em uma moto. São muito sólidos sem ser pesados", disse o estilista.

A coleção fez referência aos clássicos da marca com detalhes contemporâneos. Lagerfeld somou ao famoso tailleur um bolso para smartphone e luvas com dedos cortados como as que ele mesmo usa o tempo todo. Sobretudos com fileiras de pérolas desfilam ao lado de um casaco de capuz, no estilo streetwear versão luxo.

Saint Laurent à moda antigaNo desfile de Saint Laurent, diferente das temporadas anteriores, Hedi Slimane deixou de lado a trilha sonora de rock para apresentar seu desfile na segunda-feira à noite na mansão do século XVII que abriga a nova sede da seção de Alta-costura da marca, no bairro parisiense de Saint Germain.

Pierre Bergé, cofundador e ex-companheiro de Yves Saint Laurent, que morreu em 2008, anunciou no microfone o início do desfile. Os convidados sentaram em cadeiras com placas gravadas com seus nomes.

"Número um!": as 42 modelos dessa coleção com forte inspiração "glam rock" dos anos 1980 foram anunciadas por seu número, como na época dos desfiles de Alta-costura de Yves Saint Laurent, entre 1977 e 2002.

Ombreiras gigantes, minissaias, enormes babados e uma profusão de nós surgiram em uma coleção de grande ostentação.

Um casaco evoca a lendária coleção 1971 de Yves Saint Laurent, que causou escândalo por se inspirar na moda dos anos da ocupação alemã durante a II Guerra Mundial.

O desfile encerrou com um look totalmente glam rock com uma capa vermelha no formato de um coração gigante.

Hedi Slimane, que segundo versões da imprensa especializada estaria perto de deixar a marca, tinha apresentado a primeira parte dessa coleção em 10 de fevereiro no Hollywood Palladium de Los Angeles, cidade onde está radicado.