América Latina joga com os contrastes nas passarelas de Paris
Paris, 8 Mar 2016 (AFP) - Estilistas do Brasil, da Colômbia e do Chile jogaram com antagonismos de formas, materiais e códigos nesta segunda-feira, ao apresentar suas coleções de moda feminina outono-inverno em Paris.
- Ataque do 'homem-lobo' -Para o segundo desfile parisiense da marca Neith Nyer, o estilista brasileiro Francisco Terra apelou para uma recordação de infância sobre um jogo de um homem-lobo que ataca um povoado.
Na passarela, desfilaram todas as suas vítimas, da camponesa à burguesa, passando pela vidente e pela bruxa. Apareceram também alguns meninos-lobos e não faltaram uivos na trilha sonora.
Jeans, pele, calças de lã e sobreposições de peças lembram os anos 1980, que inspiraram esse estilista de 32 anos. As formas são arredondadas e volumosas nos ombros.
A mais rebelde desfilou fumando. Entre os acessórios mais notáveis, apareceram aros de metal prateado para todos os gêneros.
"Esta é uma coleção muito mais madura do que a anterior", disse Terra em entrevista à AFP após o desfile, realizado em um estacionamento no leste da capital.
"Levei muito tempo para pensar nas formas e modelagens", afirmou o estilista, que nasceu em Belo Horizonte e que já viveu em Nova York, na Suíça e em várias cidades da Ásia, além de trabalhar em Paris nos ateliês da Givenchy e da Carven.
Atada ou liberta em CortázarO colombiano Esteban Cortázar criou uma coleção feita explicitamente sob os signos contraditórios de "liberdade e restrição".
Este antagonismo se manifesta, por exemplo, entre uma parte superior de couro com efeito vazado que deixa entrever o corpo e uma saia que lembram vendas e "bondage".
"A oposição de ideias está presente nas relações instintivas entre forma e tecido, criando peças híbridas que mostram o imediatismo do mundo atual", declara, em uma nota aos convidados.
Os contrastes de códigos masculino e feminino são um exercício muito praticado nessa temporada. No desfile de Cortázar, trazem efeitos sensuais bem marcados.
Em tons de branco, marrom, verde, fúcsia e azul elétrico, a coleção tem também peças mais clássicas, como casacos com gola de pele, mas sempre com um detalhe sutil e, ao mesmo tempo, subversivo.
Contraste de materiais em PizarroInstalado em Paris há mais de duas décadas, Octavio Pizarro é o estilista chileno com maior visibilidade na França e uma sólida clientela estabelecida no Chile e na Europa.
O estilista recebeu no mês passado o Grande Prêmio da Cidade de Paris por sua obra criativa e espera passar para outros níveis de desenvolvimento.
"Agora, é necessário que a coleção cresça, que a marca perdure, que tenhamos mais pontos de venda e um escritório central em Paris", comentou.
Para o outono, Pizarro mostrou uma coleção de prêt-à-porter que prolonga a anterior de Alta-Costura, com mais foco em materiais que vão da alpaca ao mohair.
Alguns dos materiais são feitos à mão e contrastam com outros fabricados com técnicas mais recentes, com looks amplos, ou mais ajustados. Há uma inspiração do "patchwork", que também contrapõe materiais nobres e sintéticos em casacos, ou tecidos.
- Ataque do 'homem-lobo' -Para o segundo desfile parisiense da marca Neith Nyer, o estilista brasileiro Francisco Terra apelou para uma recordação de infância sobre um jogo de um homem-lobo que ataca um povoado.
Na passarela, desfilaram todas as suas vítimas, da camponesa à burguesa, passando pela vidente e pela bruxa. Apareceram também alguns meninos-lobos e não faltaram uivos na trilha sonora.
Jeans, pele, calças de lã e sobreposições de peças lembram os anos 1980, que inspiraram esse estilista de 32 anos. As formas são arredondadas e volumosas nos ombros.
A mais rebelde desfilou fumando. Entre os acessórios mais notáveis, apareceram aros de metal prateado para todos os gêneros.
"Esta é uma coleção muito mais madura do que a anterior", disse Terra em entrevista à AFP após o desfile, realizado em um estacionamento no leste da capital.
"Levei muito tempo para pensar nas formas e modelagens", afirmou o estilista, que nasceu em Belo Horizonte e que já viveu em Nova York, na Suíça e em várias cidades da Ásia, além de trabalhar em Paris nos ateliês da Givenchy e da Carven.
Atada ou liberta em CortázarO colombiano Esteban Cortázar criou uma coleção feita explicitamente sob os signos contraditórios de "liberdade e restrição".
Este antagonismo se manifesta, por exemplo, entre uma parte superior de couro com efeito vazado que deixa entrever o corpo e uma saia que lembram vendas e "bondage".
"A oposição de ideias está presente nas relações instintivas entre forma e tecido, criando peças híbridas que mostram o imediatismo do mundo atual", declara, em uma nota aos convidados.
Os contrastes de códigos masculino e feminino são um exercício muito praticado nessa temporada. No desfile de Cortázar, trazem efeitos sensuais bem marcados.
Em tons de branco, marrom, verde, fúcsia e azul elétrico, a coleção tem também peças mais clássicas, como casacos com gola de pele, mas sempre com um detalhe sutil e, ao mesmo tempo, subversivo.
Contraste de materiais em PizarroInstalado em Paris há mais de duas décadas, Octavio Pizarro é o estilista chileno com maior visibilidade na França e uma sólida clientela estabelecida no Chile e na Europa.
O estilista recebeu no mês passado o Grande Prêmio da Cidade de Paris por sua obra criativa e espera passar para outros níveis de desenvolvimento.
"Agora, é necessário que a coleção cresça, que a marca perdure, que tenhamos mais pontos de venda e um escritório central em Paris", comentou.
Para o outono, Pizarro mostrou uma coleção de prêt-à-porter que prolonga a anterior de Alta-Costura, com mais foco em materiais que vão da alpaca ao mohair.
Alguns dos materiais são feitos à mão e contrastam com outros fabricados com técnicas mais recentes, com looks amplos, ou mais ajustados. Há uma inspiração do "patchwork", que também contrapõe materiais nobres e sintéticos em casacos, ou tecidos.
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