Jornalista francês e fotógrafo britânico detidos no Burundi
Nairóbi, 29 Jan 2016 (AFP) - Um jornalista francês e um fotógrafo britânico foram detidos na quinta-feira em Bujumbura, capital do Burundi, "na companhia de 15 criminosos armados", anunciaram as autoridades do país africano.
O francês Jean-Philippe Rémy e o britânico Phil Moore, enviados especiais ao Burundi do jornal francês, eram interrogados nesta sexta-feira, informou à AFP Moïse Nkurunziza, porta-voz da polícia.
Jean-Philippe Rémy, 49 anos, é correspondente regional para a África do Le Monde, e Phil Moore, 34 anos, é um fotógrafo independente que também trabalha para a AFP.
"Na quinta-feira, a polícia recebeu informações sobre uma reunião de criminosos em uma casa de Nyakabiga, bairro no centro da capital", disse o porta-voz.
"Ao chegar ao local, o grupo fugiu. A polícia os perseguiu e deteve cinco: quatro burundineses armados com duas pistolas e um britânico".
"A polícia ficou surpresa ao ver um jornalista, autorizado a trabalhar no Burundi e que, portanto, não tinha nada a temer, correr e fugir", completou, em referência a Moore.
Rémy foi detido pouco depois, quando compareceu à delegacia para obter notícias do colega.
"Estão sendo interrogados. No momento não foram indiciados, continuamos na etapa dos interrogatórios. Se não encontrarmos nada contra eles, serão liberados", disse, antes de garantir que ambos estão sendo bem tratados.
Os jornalistas estão detidos em um local secreto.
Durante a operação, a polícia apreendeu um morteiro, um fuzil kalashnikov e pistolas, segundo um comunicado oficial
O Le Monde exigiu "a libertação imediata dos enviados especiais". O jornal destacou que ambos entraram "legalmente no país e estavam apenas exercendo sua profissão, encontrando todas as partes envolvidas" na crise no Burundi.
Em um comunicado, o chanceler da França, Laurent Fabius, também exigiu a "libertação imediata" dos jornalistas.
Burundi enfrenta um cenário de violência desde a repressão brutal em abril de 2015 das manifestações contra um terceiro mandato do presidente Pierre Nkurunziza, reeleito em julho, em uma votação boicotada pela oposição.
Desde então, as manifestações, um golpe de Estado frustrado e uma rebelião armada deixaram mais de 400 mortos e obrigaram 230.000 pessoas a fugir para o exílio, segundo a ONU. Analistas temem a propagação da violência aos países vizinhos e um novo massacre étnico entre hutus e tutsis.
Vários meios de comunicação independentes fecharam e os jornalistas vítimas de ameaças ou ataques que não fugiram do país vivem na clandestinidade.
O correspondente da AFP e da rádio RFI no Burundi, Esdras Ndikumana, de 54 anos, se viu obrigado a obter refúgio no Quênia em agosto, depois de ter sido detido em Bujumbura e torturado pelo serviço de inteligência.
Jean-Philippe Rémy trabalha na África desde 1998, primeiro com Nairóbi como base e depois em Johannesburgo, a partir de 2009. Recebeu em 2013 o prestigioso Prêmio Bayeux para correspondentes de guerra por uma reportagem sobre a Síria.
Phil Moore já fez diversas reportagens em todo o continente africano, mas também no Paquistão e na Bolívia.
esd-tll/fp
O francês Jean-Philippe Rémy e o britânico Phil Moore, enviados especiais ao Burundi do jornal francês, eram interrogados nesta sexta-feira, informou à AFP Moïse Nkurunziza, porta-voz da polícia.
Jean-Philippe Rémy, 49 anos, é correspondente regional para a África do Le Monde, e Phil Moore, 34 anos, é um fotógrafo independente que também trabalha para a AFP.
"Na quinta-feira, a polícia recebeu informações sobre uma reunião de criminosos em uma casa de Nyakabiga, bairro no centro da capital", disse o porta-voz.
"Ao chegar ao local, o grupo fugiu. A polícia os perseguiu e deteve cinco: quatro burundineses armados com duas pistolas e um britânico".
"A polícia ficou surpresa ao ver um jornalista, autorizado a trabalhar no Burundi e que, portanto, não tinha nada a temer, correr e fugir", completou, em referência a Moore.
Rémy foi detido pouco depois, quando compareceu à delegacia para obter notícias do colega.
"Estão sendo interrogados. No momento não foram indiciados, continuamos na etapa dos interrogatórios. Se não encontrarmos nada contra eles, serão liberados", disse, antes de garantir que ambos estão sendo bem tratados.
Os jornalistas estão detidos em um local secreto.
Durante a operação, a polícia apreendeu um morteiro, um fuzil kalashnikov e pistolas, segundo um comunicado oficial
O Le Monde exigiu "a libertação imediata dos enviados especiais". O jornal destacou que ambos entraram "legalmente no país e estavam apenas exercendo sua profissão, encontrando todas as partes envolvidas" na crise no Burundi.
Em um comunicado, o chanceler da França, Laurent Fabius, também exigiu a "libertação imediata" dos jornalistas.
Burundi enfrenta um cenário de violência desde a repressão brutal em abril de 2015 das manifestações contra um terceiro mandato do presidente Pierre Nkurunziza, reeleito em julho, em uma votação boicotada pela oposição.
Desde então, as manifestações, um golpe de Estado frustrado e uma rebelião armada deixaram mais de 400 mortos e obrigaram 230.000 pessoas a fugir para o exílio, segundo a ONU. Analistas temem a propagação da violência aos países vizinhos e um novo massacre étnico entre hutus e tutsis.
Vários meios de comunicação independentes fecharam e os jornalistas vítimas de ameaças ou ataques que não fugiram do país vivem na clandestinidade.
O correspondente da AFP e da rádio RFI no Burundi, Esdras Ndikumana, de 54 anos, se viu obrigado a obter refúgio no Quênia em agosto, depois de ter sido detido em Bujumbura e torturado pelo serviço de inteligência.
Jean-Philippe Rémy trabalha na África desde 1998, primeiro com Nairóbi como base e depois em Johannesburgo, a partir de 2009. Recebeu em 2013 o prestigioso Prêmio Bayeux para correspondentes de guerra por uma reportagem sobre a Síria.
Phil Moore já fez diversas reportagens em todo o continente africano, mas também no Paquistão e na Bolívia.
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