Documentário francês é censurado por ser considerado propaganda 'jihadista'
Paris, 27 Jan 2016 (AFP) - O polêmico documentário sobre o Islã radical "Salafistas", com imagens de propaganda do Estado Islâmico (EI), foi proibido para menores de 18 anos na França.
"Decidi seguir o conselho da Comissão de Classificação de Obras Cinematográficas", anunciou a ministra da Cultura da França, Fleur Pellerin, nesta quarta-feira, depois que a comissão se pronunciou, "por uma ampla maioria", a favor da proibição de "Salafistas" para menores de 18.
A ministra justificou sua decisão, "levando-se em conta a tomada de posição (do documentário) de difundir, sem comentários, cenas e discursos de uma violência extrema".
Segundo fontes ligadas ao Ministério francês do Interior, o ministro Bernard Cazeneuve também se posicionou, fortemente, neste sentido.
O codiretor do filme, François Margolin, classificou de "hipocrisia" a decisão, bastante incomum, do governo francês.
Para Margolin, que produziu o filme com o jornalista mauritano Lemine Ould Salem, "é uma verdadeira hipocrisia querer fingir proteger os menores, já que se trata de censura pura e simples".
"Na verdade, a proibição para menores de 18 anos impede qualquer difusão pela televisão e dificulta muito a exploração do filme em salas de cinema", acrescentou François Margolin.
A decisão do governo foi tomada após vários dias de polêmica, com os diretores de "Salafistas" sendo acusados de fazer apologia do terrorismo. Segundo o jornal conservador "Le Figaro", trata-se de "uma revoltante logorreia que não ajuda em nada a compreender o inaceitável".
Rodado sobretudo no Mali, na Tunísia e na Mauritânia, entre 2012 e 2015, o documentário mostra, em raras sequências no terreno, integrantes da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi).
Sem voz em "off", ou comentários, o filme é entrecortado de imagens de propaganda e vídeos - alguns bastante violentos - do Estado Islâmico (EI).
Uma outra sequência alimentou a polêmica e acabou sendo retirada da obra: imagens nítidas da execução de um policial francês pelos extremistas autores do atentado cometido contra a revista satírica "Charlie Hebdo", em 7 de janeiro de 2015. A sequência foi considerada particularmente chocante pelos sindicatos de Polícia.
O documentário será lançado nesta quarta em alguns poucos cinemas - dois em Paris, dois no subúrbio parisiense e um na província) -, acompanhado de um aviso de classificação etária.
No cinema, a proibição para menores de 18 deve estar expressa claramente nos anúncios, cartazes e nas salas.
Essa nova polêmica ilustra o clima tenso do debate público na França, envolvendo questões sobre o Islã radical, o "jihadismo" e o terrorismo.
"Decidi seguir o conselho da Comissão de Classificação de Obras Cinematográficas", anunciou a ministra da Cultura da França, Fleur Pellerin, nesta quarta-feira, depois que a comissão se pronunciou, "por uma ampla maioria", a favor da proibição de "Salafistas" para menores de 18.
A ministra justificou sua decisão, "levando-se em conta a tomada de posição (do documentário) de difundir, sem comentários, cenas e discursos de uma violência extrema".
Segundo fontes ligadas ao Ministério francês do Interior, o ministro Bernard Cazeneuve também se posicionou, fortemente, neste sentido.
O codiretor do filme, François Margolin, classificou de "hipocrisia" a decisão, bastante incomum, do governo francês.
Para Margolin, que produziu o filme com o jornalista mauritano Lemine Ould Salem, "é uma verdadeira hipocrisia querer fingir proteger os menores, já que se trata de censura pura e simples".
"Na verdade, a proibição para menores de 18 anos impede qualquer difusão pela televisão e dificulta muito a exploração do filme em salas de cinema", acrescentou François Margolin.
A decisão do governo foi tomada após vários dias de polêmica, com os diretores de "Salafistas" sendo acusados de fazer apologia do terrorismo. Segundo o jornal conservador "Le Figaro", trata-se de "uma revoltante logorreia que não ajuda em nada a compreender o inaceitável".
Rodado sobretudo no Mali, na Tunísia e na Mauritânia, entre 2012 e 2015, o documentário mostra, em raras sequências no terreno, integrantes da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi).
Sem voz em "off", ou comentários, o filme é entrecortado de imagens de propaganda e vídeos - alguns bastante violentos - do Estado Islâmico (EI).
Uma outra sequência alimentou a polêmica e acabou sendo retirada da obra: imagens nítidas da execução de um policial francês pelos extremistas autores do atentado cometido contra a revista satírica "Charlie Hebdo", em 7 de janeiro de 2015. A sequência foi considerada particularmente chocante pelos sindicatos de Polícia.
O documentário será lançado nesta quarta em alguns poucos cinemas - dois em Paris, dois no subúrbio parisiense e um na província) -, acompanhado de um aviso de classificação etária.
No cinema, a proibição para menores de 18 deve estar expressa claramente nos anúncios, cartazes e nas salas.
Essa nova polêmica ilustra o clima tenso do debate público na França, envolvendo questões sobre o Islã radical, o "jihadismo" e o terrorismo.
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