Fãs se despedem de David Bowie no bairro londrino onde nasceu
Londres, 11 Jan 2016 (AFP) - Aos pés de um colorido mural que representa o rosto de David Bowie em Brixton (sul de Londres), admiradores de todas as gerações e de muitos países se aproximavam nesta segunda-feira para dar o último adeus ao seu ídolo.
"Todos o amavam. É um dia de tristeza", afirma Julia, vizinha deste bairro popular em vias de transformação urbana onde Bowie nasceu há 69 anos.
Junto a ela, outros muitos seguidores de luto se aproximam do mural produzido sobre a parede de um supermercado em Tunstall Road pelo artista australiano Jimmy C (James Cochran), inspirado no álbum Thin White Duke.
"Ele representa minha juventude, o desafio aos estereótipos sobre o sexo. Para os gays, era uma luz que nos guiava e nos dava esperança", afirma Charlie Rice, de 66 anos.
A ambiguidade sexual foi um dos temas recorrentes das canções de David Bowie, personagem de mil faces que não hesitava em se fantasiar e cultivava uma imagem andrógina, teatral, em jogo permanente entre o masculino e o feminino.
Seu alter ego Ziggy Stardust, criado em 1969, era um astro do rock alienígena bissexual, que contribuiu para mudar as percepções sobre gênero e sexualidade em um país que no fim da década de 60 ainda era relativamente conservador.
Em uma entrevista de 1972, Bowie anunciou que era gay. "E sempre fui", acrescentou, embora neste momento estivesse casado com uma mulher.
Nydia, escritora britânica de 45 anos, deposita flores e velas entre lágrimas, voltando a acender as que se apagaram. "Era tudo para mim. Influenciou muito em minha vida desde os 11 anos. Se não tivesse David Bowie como herói, provavelmente jamais teria me tornado artista", afirma.
De outra geração, o estudante taiwanês Calvin Tsai, de 23 anos, se expressa em termos similares: "É um grande músico, eu faço música e ele me influenciou", afirma. Bowie "está em nossos corações e não o esqueceremos".
Clare Ronai, contadora de 35 anos, chega com seu bebê e também carrega flores. "Eu o descobri aos 12 ou 13 anos, quando todos pensamos que não somos normais. Ele nos ajudou neste período", explica esta fã que vestiu seu bebê como o que aparece em "Labirinto - A magia do tempo", filme no qual Bowie interpretou Jareth, o Rei dos Goblins.
Fora da música, o cantor e compositor também fez incursões no mundo do teatro, da moda, da pintura e do cinema, participando de trinta filmes.
O astro é um dos raros artistas que conseguiu ultrapassar as fronteiras da idade entre seus fãs.
"Para minha geração e a de meus pais, é um ponto de viragem", afirma Julian Tung, de 29 anos, enquanto tira fotos do desenho.
Dagmar, grafista de 40 anos, é do Brasil. "Não era apenas sua música: eram seus atos, seu estilo de vida, o que representava para cada um de nós", insiste.
A poucos metros, o cinema Ritzy, um local emblemático do bairro, fez um cartaz em memória do artista: "David Bowie, eterno menino de Brixton. RIP".
Bowie se manteve ligado ao sul de Londres durante sua infância. Cresceu em Bromley, uma tranquila zona nos arredores da capital britânica e depois se mudou à zona Beckenham, pouco antes de sua carreira decolar.
jb-fb/oaa/pt/aoc/an/ma
"Todos o amavam. É um dia de tristeza", afirma Julia, vizinha deste bairro popular em vias de transformação urbana onde Bowie nasceu há 69 anos.
Junto a ela, outros muitos seguidores de luto se aproximam do mural produzido sobre a parede de um supermercado em Tunstall Road pelo artista australiano Jimmy C (James Cochran), inspirado no álbum Thin White Duke.
"Ele representa minha juventude, o desafio aos estereótipos sobre o sexo. Para os gays, era uma luz que nos guiava e nos dava esperança", afirma Charlie Rice, de 66 anos.
A ambiguidade sexual foi um dos temas recorrentes das canções de David Bowie, personagem de mil faces que não hesitava em se fantasiar e cultivava uma imagem andrógina, teatral, em jogo permanente entre o masculino e o feminino.
Seu alter ego Ziggy Stardust, criado em 1969, era um astro do rock alienígena bissexual, que contribuiu para mudar as percepções sobre gênero e sexualidade em um país que no fim da década de 60 ainda era relativamente conservador.
Em uma entrevista de 1972, Bowie anunciou que era gay. "E sempre fui", acrescentou, embora neste momento estivesse casado com uma mulher.
Nydia, escritora britânica de 45 anos, deposita flores e velas entre lágrimas, voltando a acender as que se apagaram. "Era tudo para mim. Influenciou muito em minha vida desde os 11 anos. Se não tivesse David Bowie como herói, provavelmente jamais teria me tornado artista", afirma.
De outra geração, o estudante taiwanês Calvin Tsai, de 23 anos, se expressa em termos similares: "É um grande músico, eu faço música e ele me influenciou", afirma. Bowie "está em nossos corações e não o esqueceremos".
Clare Ronai, contadora de 35 anos, chega com seu bebê e também carrega flores. "Eu o descobri aos 12 ou 13 anos, quando todos pensamos que não somos normais. Ele nos ajudou neste período", explica esta fã que vestiu seu bebê como o que aparece em "Labirinto - A magia do tempo", filme no qual Bowie interpretou Jareth, o Rei dos Goblins.
Fora da música, o cantor e compositor também fez incursões no mundo do teatro, da moda, da pintura e do cinema, participando de trinta filmes.
O astro é um dos raros artistas que conseguiu ultrapassar as fronteiras da idade entre seus fãs.
"Para minha geração e a de meus pais, é um ponto de viragem", afirma Julian Tung, de 29 anos, enquanto tira fotos do desenho.
Dagmar, grafista de 40 anos, é do Brasil. "Não era apenas sua música: eram seus atos, seu estilo de vida, o que representava para cada um de nós", insiste.
A poucos metros, o cinema Ritzy, um local emblemático do bairro, fez um cartaz em memória do artista: "David Bowie, eterno menino de Brixton. RIP".
Bowie se manteve ligado ao sul de Londres durante sua infância. Cresceu em Bromley, uma tranquila zona nos arredores da capital britânica e depois se mudou à zona Beckenham, pouco antes de sua carreira decolar.
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