Irã inaugura rara exposição com obras de Warhol, Picasso, Miró e Gauguin
Algumas das obras de arte moderna e contemporânea mais caras e menos vistas no mundo, principalmente quadros dos americanos Jackson Pollock, Andy Warhol e Mark Rothko, estão em exposição a partir deste sábado (21) em Teerã, por três meses.
Esta grande exposição, que acontece no Museu de Arte Contemporânea, inclui 42 obras de artistas ocidentais, entre elas "Mural on Indian Red Ground" (1950), quadro de Pollock considerado uma obra-prima e que especialistas da casa de leilões Christie's avaliaram em 2010 em US$ 250 milhões.
As obras apresentadas em Teerã fazem parte de uma coleção formada, em grande parte, sob o regime do xá do Irã, derrubado em 1979, e composta por 300 quadros de grandes pintores dos séculos XIX e XX, como Paul Gauguin, Pablo Picasso, Joan Miró e Francis Bacon.
Algumas obras, que mostram homens ou mulheres nus, não podem ser exibidas no país, devido às leis islâmicas.
O ministro iraniano da Cultura, Ali Janati, que presidiu a cerimônia de inauguração, declarou à AFP que o recente acordo nuclear entre o Irã e as grandes potências abriu caminho para uma cooperação mais importante em matéria cultural e artística entre o Irã e o restante do mundo.
"É um primeiro passo. No futuro, esperamos exibir mais obras de artistas iranianos ao lado dos artistas estrangeiros da nossa coleção", acrescentou.
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O termo xiita que se tornou símbolo de fundamentalismo, hoje é o grande diferencial em favor do Irão, que interpreta ao pé da letra o Alcorão, ao contrário dos sunitas que dão margem às mais esdrúxulas interpretações (Sunis), e por isso é um celeiro de terroristas como o ISIS e Al Qaeda. Se os iranianos fossem menos radicais poderiam figurar entre as principais potências do Oriente Médio, são disciplinados, sérios e inteligentes, além da riquíssima história do período persa, berço da civilização oriental. Esta nação ainda vai se reerguer.
Lendo notícias como essas dá pra sentir claramente que a maior parte da população do Irã está sinceramente querendo se modernizar, se ocidentalizar e não aguenta mais o fundamentalismo fanático dos aiatolás e deseja simplesmente abandona-lo. Os iranianos de verdade não ligam mais pra religião, eles não querem mais ficar repetindo os clichês batidos de "morte ao Ocidente e aos Estados Unidos" que não tem mais sentido pra eles e ficarem eternamente presos a um fanatismo religioso doentio que nunca trouxe nada de bom pra eles. Uma exposição de obras de arte ocidentais é apenas o primeiro passo para a eventual deposição e reformulação do sistema teocrático de governo do Irã.